Canal de Bolsonaro no Telegram ultrapassa marca de 1 milhão de inscritos

Em 2018, a campanha de Bolsonaro liderou uso das redes sociais e recebe até hoje diversas acusações de propagação de conteúdo falso na internet. Canal do presidente no Telegram ultrapassou marca de 1 milhão de inscritos

O canal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Telegram ultrapassou hoje, 9, a marca de 1 milhão de inscritos. Com isso, o mandatário assume a liderança na plataforma, em comparação a outros presidenciáveis.

O chefe do Executivo tem ampla vantagem frente até a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mesmo liderando todas as pesquisas de intenção de voto para 2022, o ex-presidente tem pouco mais de 36 mil pessoas acompanhando o conteúdo dele no canal do Telegram.

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Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem mais de 18 mil inscritos na plataforma. Outros nomes que podem concorrer ao Planalto em 2022, como os tucanos João Dória (SP) e Eduardo Leite (RS) ainda não apresentam canal oficial na aplicação.

Panel mundial do WhatsApp impulsionou canal de Bolsonaro no Telegram 

O apagão de segunda-feira, 4, que tombou o acesso ao WhatsApp, Instagram e Facebook deu ainda mais gás ao canal do presidente, que ganhou 20 mil inscritos somente neste dia, segundo informações da Folha de São Paulo. O fenômeno decorre também da alta demanda pelo aplicativo sempre que há problemas com as redes sociais ligadas ao Facebook.

Dados do jornal paulista mostram que o canal do presidente teve crescimento de mais de 650% desde janeiro desse ano. Somente nos últimos 90 dias, o perfil dedicado a notícias e propagação de discursos do governo Bolsonaro cresceu 30% em número de seguidores.

Na comparação, o mandatário ganha até 3.700 inscritos diariamente, enquanto Lula registra 300 novos signatários. Já Ciro Gomes ganha, a cada dia, 30 novas adesões.

Em 2018, Bolsonaro ficou conhecido por ser o presidenciável que melhor sabia usar estratégias de comunicação pelo WhatsApp. Contudo, a rede social acabou sendo território fértil para desinformação, inclusive para benefício da campanha do atual mandatário. A situação levou a Justiça Eleitoral a lançar parceria com a rede social, em 2020, para combate ao envio de informações falsas.

Com o Telegram, aplicativo de origem russa e sem escritório no Brasil, a situação é um pouco mais complicada. Em nota enviada para a Folha de São Paulo, o Tribunal Superior Eleitoral informa que tentou contato com a empresa responsável pela rede, mas não obteve retorno.

Dessa forma, a corte informa que a estratégia utilizada será a busca por parcerias com entidades da sociedade civil, instituições de ensino e empresas que realizam pesquisas e monitoramento de grupos públicos em plataformas não parceiras, com o objetivo de identificar e responder à desinformação contra o processo eleitoral que circula nessas redes.

 

Especialista consultado pela Folha de SP, Diogo Rais, professor de direito eleitoral na Universidade Mackenzie e fundador do Instituto Liberdade Digital, explica que a plataforma está alinhada com o discurso de Bolsonaro, de defesa absoluta da liberdade de expressão. A rede social ainda apresenta a característica de, até agora, estar imune às leis brasileiras.

Enquanto o WhatsApp limitou o número de usuários em grupos a 256 membros, o Telegram admite fóruns com até 200 mil inscritos. Já canais de informação, como o do presidente, não têm limite de participantes.

Atualmente, o aplicativo de troca de mensagens está presente em 45% dos celulares brasileiros. O WhatsAPP, contudo, mantém soberania, com presença em todos os aparelhos do país.

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