Participamos do

Wagner diz que se posicionou contra motim da PM em 2020; veja as propostas do sabatinado desta sexta

Wagner é candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo Pros. Prefeiturável falou sobre suas propostas para gestão municipal, embates com Camilo Santana e motim da Polícia Militar no início do ano
12:02 | Out. 23, 2020
Autor Gabriela Feitosa
Foto do autor
Gabriela Feitosa Estagiária do O POVO Online
Ver perfil do autor
Tipo Notícia

 

O candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo Pros (Partido Republicano da Ordem Social), Capitão Wagner negou, mais uma vez, que tenha participado de forma direta no motim da Polícia Militar, no início do ano no Ceará. Wagner disse que sempre se posicionou contra o que chama de "movimento" e que estava apenas "mediando os interesses da Cidade". O prefeiturável falou sobre isso e outros temas de interesse eleitoral na sabatina do O POVO na manhã desta sexta, 23, na Rádio O POVO/CBN.

Vereador mais votado de Fortaleza em 2012 e deputado estadual mais votado em 2014, hoje Wagner é deputado federal. É a segunda vez que o militar se candidata ao Paço Municipal. Em 2016, foi ao segundo turno com o atual prefeito Roberto Cláudio e, neste ano, lidera as intenções de voto com cerca de dez pontos à frente da candidata do PT, Luizianne Lins, sabatinada pelo O POVO na quinta, 22.

Seja assinante O POVO+

Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.

Assine

Para o candidato, qualquer que seja o/a gestor/a eleito/a em Fortaleza para 2021, é preciso priorizar Saúde e geração de emprego. Se eleito, o capitão pretende "melhorar a eficácia do serviço de saúde" na Cidade. Para isso, quer usar tecnologia como aliada, desenvolvendo um aplicativo onde a população poderá marcar virtualmente suas consultas médicas. Essa é uma das sugestões que Wagner apresentou na sabatina. É o que consta em seu plano de governo, onde determina a criação do Programa Nova Saúde Fortaleza (NSF), com foco na "universalização, humanização e eficiência no atendimento aos usuários da rede pública municipal de saúde". Uma outra ideia, presente no seu plano (que tem 11 páginas) é o acesso integral à rede municipal sem barreira de territórios, permitindo que o usuário seja atendido em qualquer unidade de saúde.

Já sobre Educação, tema que tem estado em evidência principalmente quando se discute retorno presencial de escolas durante pandemia, Wagner disse que ainda acredita que o atual prefeito RC prepare, em seus últimos meses de gestão, as escolas para receber alunos e demais funcionários. Disse que entende que a decisão do prefeito de não retornar tem a ver com a estrutura das escolas e que, se eleito, vai discutir decisão com autoridades sanitárias. "A gente precisa recuperar esse ano que foi praticamente perdido", considerou.

"Estão perguntando sobre Segurança. Para não dizerem depois que sou monotemático", ironizou o candidato, quando falou da Guarda Municipal. Disse que pretende treinar, equipar e armar os agentes para "defender o cidadão e o patrimônio municipal". Também afirmou que, além de utilizar a mão de obra dos guardas, é importante investir em tecnologia, como vídeomonitoramento. A ideia é que Fortaleza seja uma cidade mais videomonitorada. É o que chama de "ação preventiva e ostensiva da Guarda Municipal" em seu plano de governo, que também traz outras propostas, como fortalecimento das torres de seguranças (projeto já utilizado pelo atual prefeito) e segurança no ambiente escolar, onde quer promover policiamento preventivo e "ações de educação para a paz social e a prevenção ao uso de drogas".

Embate com Camilo Santana

 

Tema também de interesse ao eleitor, os jornalistas do O POVO não deixaram de perguntar ao candidato Wagner sobre os embates que têm protagonizado com o governador Camilo Santana (PT). O capitão deu a entender que não acredita que é o governador quem escreve suas postagens. "Queria saber se de fato é o governador que está indo para esses embates", disse. Apesar de reconhecer que os conflitos são "naturais" nesse período eleitoral, acredita que o governador do Ceará está sendo "escalado" para atacá-lo enquanto os outros candidatos ao Paço focam em sua agenda política e suas propostas.

Já sobre a relação de Fortaleza com o presidente Jair Bolsonaro, que declarou apoio ao candidato do Pros, Wagner disse que seja quem for o gestor de Fortaleza, a pessoa terá de ter a "humildade" em entender que as discussões para o Município passam por equipes. Ele destacou que, caso eleito, vai pautar suas decisões em argumento técnicos e científicos (especialmente no pós pandemia). "Acho que polemizar, bater boca sobre essa questão da pandemia, não é o caminho adequado", afirmou.

Candidato também deu sua opinião sobre a CoronaVac, vacina produzida por laboratório chinês negada por Bolsonaro, que disse que Governo Federal não vai comprar produto. O tema tem dividido opiniões até mesmo no Executivo. Wagner disse que "devidamente aprovada, é obrigação do gestor buscar essa vacina". "Até para que a gente possa ter estabilização da economia, dar garantia para que de fato as pessoas estejam imunes", ponderou.

Motim da Polícia

 

Momento mais tenso da sabatina e assunto que tem repercutido nas Eleições 2020, Capitão Wagner negou novamente que tenha tido participação direta no motim da Polícia Militar, no início deste ano no Ceará. Disse ser a pessoa menos interessada no que chama de "movimento", principalmente por liderar as intenções de voto, e que sempre se posicionou contra o motim. Wagner afirmou que estava "mediando" os interesses da Cidade. "Eu entendo que o movimento em 2012 aconteceu por conta das circunstâncias. Já em 2020, o governador abriu canal de diálogo. Ao final das conversações, não chegamos ao que os policiais queriam, mas eu me posicionei dizendo que era o melhor que podia ser concedido", afirmou.

O militar também criticou postura do senador Cid Gomes à época do motim, que utilizou uma retroescavadeira contra policiais amotinados em Sobral. Disse que "apanhou muito" porque se posicionou contra o motim, "diferente do líder do grupo de lá que pegou uma retroescavadeira para passar por cima dos manifestantes", alfinetou. Para encerrar, o candidato acha que o motim de 2020 não tinha fundamento, mas afirmou que se o episódio voltasse a acontecer, acionaria sim a Guarda Municipal e tropas do Governo Federal. Wagner se comprometeu a continuar na gestão municipal até o fim caso seja eleito, o que não aconteceu em 2012, quando foi vereador e deixou cargo.

No último dia 14 de outubro, o governador Camilo Santana escreveu nas redes sociais que Capitão Wagner “tanto liderou o motim de 2011 como teve participação direta nesse último motim, que teve clara motivação política para desorganizar a segurança do Ceará”. Nesta terça-feira, 20, site de Wagner rejeitou as acusações feitas por Camilo afirmando que o deputado "não tinha nenhum motivo para desejar uma paralisação de policiais, especialmente em ano eleitoral". Camilo Santana (PT) rebateu novamente o prefeiturável e afirmou: "Capitão Wagner, se não se arrepende do que fez, pelo menos assuma os seus atos"

Propaganda eleitoral

 

O candidato também comentou sobre a decisão da Justiça que o absteve de veicular propaganda na qual informa repasse de R$ 43 milhões para a Saúde no Ceará. Disse que a juíza "não teve acesso às informações corretas", mas parabenizou o trabalho do Tribunal de Justiça quando comentou sobre candidato Sarto, que também precisou retirar propaganda onde informa que "aprovou mais de 200 projetos e destinou R$ 46 milhões no combate à Covid.

"Os juízes estão sendo responsáveis em relação às propagandas. A minha propaganda está correta, já no caso do Sarto não (...) Eu acho que se empoderar da proposta de outra pessoa não é correto", disse Wagner, acrescentando que os 200 projetos citados por José Sarto (PDT) não foram aprovados somente por ele, mas pela Assembleia Legislativa do Ceará.

Você pode ler proposta de governo completa de Wagner Souza aqui

Na sexta, 23, o sabatinado será Wagner Souza (Pros). Você pode acompanhar debate pela Rádio O POVO/CBN e Facebook

Sabatinas O POVO

O Grupo O POVO começou no dia 13 de outubro sua série de sabatinas com os candidatos à Prefeitura da Capital. Dez dos 11 candidatos estão sendo ouvidos. A ideia é entender os planos de governo para além do horário eleitoral, ajudando a população na hora da escolha. Até agora, sete candidatos à Prefeitura de Fortaleza foram sabatinados. A série teve início com Anízio Melo, do PCdoB (Partido Comunista do Brasil).

A série chega ao fim no dia 26 de outubro, com José Sarto (PDT), que precisou adiar participação devido seu estado de saúde. Ainda falta sabatinar Sarto, Wagner Souza (Pros) e Samuel Braga (Patriota).

A transmissão é sempre vivo pela Rádio O POVO/CBN e redes sociais do O POVO Online e no Facebook. O programa tem mediação de Maísa Vasconcelos, que convida outros dois jornalistas da casa para sabatinar prefeituráveis.

LEIA TAMBÉM | Veja os próximos candidatos à Prefeitura de Fortaleza a serem sabatinados pelo O POVO 

O POVO preparou também uma série de matéria sobre os debates, trazendo as propostas de cada candidato.

Confira:

"Fortaleza mais humana": conheça as propostas de Anizio Melo, candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo PCdoB 

Renda básica e periferia como prioridade: veja as propostas de Renato Roseno, candidato à Prefeitura de Fortaleza

"Nem sou Lula, nem Bolsonaro: sou lúcido": veja as propostas de Heitor Férrer, candidato à Prefeitura de Fortaleza 

"Fortaleza é jovem e merece alguém jovem", afirma Heitor Freire, candidato à Prefeitura de Fortaleza; veja propostas 

"1° Capital amiga dos animais": veja as propostas de Célio Studart, candidato à Prefeitura de Fortaleza 

"Tem as dores e as delícias de ser PT", afirma Luizianne sobre apoio de Camilo Santana; veja as apostas da candidata para Fortaleza 

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar