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"Fortaleza mais humana": conheça as propostas de Anizio Melo, candidato à Prefeitura de Fortaleza pelo PCdoB

Grupo O POVO recebeu nesta terça, 13, o primeiro sabatinado: Anizio Melo, candidato pelo PCdoB. Na quarta, 14, é dia de Renato Roseno (Psol) ser entrevistado
12:23 | Out. 13, 2020
Autor Gabriela Feitosa
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Gabriela Feitosa Estagiária do O POVO Online
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Tipo Notícia

O POVO começou nesta terça, 13, sua série de sabatinas das Eleições 2020 com candidatos à Prefeitura. Dez dos 11 candidatos ao Executivo da Capital serão ouvidos. A ideia é entender os planos de governo para além do horário eleitoral, ajudando a população na hora da escolha. A programação ocorre sempre a partir das 9 horas e segue até dia 24 de outubro.

A transmissão será vivo pela Rádio O POVO/CBN e redes sociais do O POVO Online. Nessa primeira rodada, o grupo recebeu o candidato pelo PCdoB (Partido Comunista do Brasil), Anizio Melo, que compartilhou suas ideias e projetos com o público sob questionamentos dos jornalistas da casa Ítalo Coriolano, Érico Firmo e Vítor Magalhães.

Professor da rede pública de ensino, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos lotados nas Secretarias de Educação e de Cultura do Estado do Ceará e nas Secretarias ou Departamentos de Educação e/ou Cultura dos Municípios do Ceará (Apeoc), Anizio iniciou sua carreira política ainda no movimento estudantil e pastorais da juventude de Fortaleza. O candidato nasceu no Rio de Janeiro, tem 60 anos e mora em Fortaleza há 40.

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Como prioridade para o Município, caso seja eleito, promete construir uma Fortaleza "mais humana", garantindo geração de emprego e renda; priorizando o Sistema Único de Saúde (SUS); a educação pública e a presença mais forte do Estado nas decisões da gestão. Além de reforçar diálogo mais próximo com a periferia: o que defende como "Parceria Público-Periferia" no lugar das "Parcerias Público-Privadas".

Forte crítico do bolsonarismo, Anízio enfatizou que a crise nacional atual "não foi gerada apenas pelo coronavírus". "Temos na presidência alguém que tem representantes aqui (em Fortaleza): um é oficial, o outro é fake e o outro é o paralelo", definiu. Na respectiva ordem: Capitão Wagner (Pros), Heitor Freire (PSL) e Heitor Ferrer (SD). Anizio disse que pretende combater o bolsonarismo nas suas "várias vertentes".

Um dos projetos para Saúde no seu Plano de Governo envolve a criação de um "Cinturão de Saúde na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF)". Objetivo é priorizar a saúde a partir da atenção primária, dividindo os custos com outros municípios, explicou o candidato na sabatina. Para isso, apresenta como sugestão o consórcio público entre Fortaleza e Região Metropolitana, o que entende como experiência importante, assim como acontece no Consórcio dos Estados do Nordeste. "É uma tratativa política que tem dado resultado, importante na questão do saneamento, compra de insumos, licitações (...) Acredito que os prefeitos da Região Metropolitana terão esse entendimento", considerou.

PCdoB no processo eleitoral

 

Durante a sabatina, Anizio Melo defendeu o PCdoB como alternativa para o que chama de "triângulo conflituoso" da política atual: o bolsonarismo, o lulismo e cirismo. Propõe que sua gestão seja a superação do ciclo político citado, tendo mais identificação com a periferia. O candidato reconheceu discordâncias com o governo de Roberto Claudio, com quem o PCdoB chegou a construir a administração. Disse que é preciso "superar alguns entraves".

Quando perguntado sobre o motivo do PCdoB ter lançado candidatura própria, Anizio afirmou que defende que todos os partidos do campo progressista possam ter espaço na discussão e que a participação do partido comunista é imprescindível no processo. "Nós entendemos que é necessário criar um outro espaço, essa frente ampla, onde a gente apresenta uma alternativa que possa quebrar esse triângulo conflituoso. Temos dialogado nacionalmente, com estratégia positiva. Nos propomos a ser alternativa para ter o estado brasileiro como indutor da economia. Nossa sociedade não sobreviverá à pandemia se o Estado não intervir", explicou.

No entanto, reconheceu que no campo da esquerda faltou mais diálogo nos últimos tempos, tanto dentro da "bolha" (como ele mesmo colocou), quanto fora, junto a outras coligações. "Faltou uma visão maior de entender que nós não resolveremos os problemas do Município só a a partir do Município (...) O debate foi prejudicado pela disputa que se tem para 2022. Faltou respeito à história, vontade política", disse o candidato. Anizio ainda comentou que não quer "ficar atolado" na bolha da esquerda e que defende alianças diversas. Para ele, ser radical é "ir na raiz do problema, apresentar diagnóstico e alternativa para superar os problemas". Anizio espera que o primeiro turno traga uma discussão mais aprofundada.

Problemas e soluções de Fortaleza

 

Já para o pós-pandemia, na temática da mobilidade urbana, Anizio sugere que haja um Bilhete Único já recarregado para que população possa procurar emprego e Passe Livre para estudantes em situação de vulnerabilidade. Para ele, os dois projetos são possíveis desde que haja mudança na forma se olha Fortaleza e seu orçamento. No entanto, a solução para os problemas do momento após a pandemia nasce também em um âmbito macro, com criação de emprego e renda a partir da retomada da economia nacional. "Entendemos que a geração de emprego e renda se faz a partir de PPP: Parceria Público-Periferia. Tem que priorizar esse processo", complementou.

Candidato do PCdoB falou também sobre segurança pública, ponderando que sua gestão investirá em uma Guarda Municipal "humanizada", em que o guarda passa a ser visto como "guardião do bem comum". "Não se pode ver a segurança apenas como presença policial. Há uma política no Brasil de militarização, patrocinada pelo chefe do Executivo. Nossa segurança precisa ser mais investigativa. Eu prefiro livros a armas", concluiu.

O candidato se autodeclara na sua inscrição junto ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) como pardo, porcentagem que integra a população negra do Brasil junto com os autodeclarados pretos (pela perspectiva do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, seu plano de governo ainda não contempla a temática. Quando perguntado sobre isso, Anizio afirmou que o plano segue em construção e que já dialoga com os Movimentos Negros os pontos a serem levados em conta na construção das políticas públicas para a população.

Você pode ler o plano de governo de Anizio Melo e dos outros candidatos aqui.

Na quarta, 14, o sabatinado será Renato Roseno (Psol). Você pode acompanhar debate pela rádio O POVO/CBN e Facebook.

Veja as próximas sabatinas:

 

O primeiro a passar pela mesa foi Anízio Melo (PCdoB), seguido por Renato Roseno (PSOL), Heitor Férrer (SD), Heitor Freire (PSL), Paula Colares (UP), Célio Studart (PV), José Sarto (PDT), Luizianne Lins (PT), Wagner Souza (Pros) e, finalmente, Samuel Braga (Patriota), no dia 24 de outubro. José Louretto, do PCO, será o único ausente da programação.

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