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Queiroz negocia delação premiada com Ministério Público do Rio de Janeiro, diz emissora

Ex-assessor de Flávio Bolsonaro estaria preocupado com segurança de sua família

O ex-policial e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) Fabrício Queiroz estaria negociando com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) uma delação premiada. Segundo a emissora CNN, o pedido de Queiroz para colaborar com as investigações inclui proteção a sua família.

Embora as negociações sobre a delação premiada já estejam acontecendo há alguns dias, elas foram reveladas somente nesta sexta-feira, 26. Isso se deve ao fato de que o MPRJ precisa verificar, antes de concluir o acordo, que as informações fornecidas por Queiroz podem ser comprovadas e têm utilidade para as investigações.

Além das investigações sobre o esquema de "rachadinha", quando servidores-fantasma devolvem parte do salário ao parlamentar que os contrata, Queiroz pode ter também informações relevantes sobre a operação das milícias no Rio de Janeiro. Ele possui ligações com Adriano da Nóbrega, também ex-policial e acusado de chefiar a milícia "Escritório do Crime". A mãe e a ex-mulher de Nóbrega eram contratadas pelo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) quando este era deputado estadual no Rio de Janeiro. As investigações apontam ainda que contas bancárias de Adriano foram usadas para transferir dinheiro a Queiroz. Ele foi morto em operação policial ocorrida em fevereiro deste ano na Bahia.

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As filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn, são suspeitas de participarem junto com o pai de suposta "rachadinha" no gabinete de Flávio Bolsonaro. A esposa Márcia Aguiar, que também faria parte do desvio de salários, está foragida desde 18 de junho, quando o ex-assessor foi preso em Atibaia (SP). A polícia chegou a realizar buscas na casa de parentes na última terça-feira, 23 procurando por Márcia.

Antes da casa em Atibaia, Queiroz teria permanecido em outro apartamento da família de Wassef, no Guarujá, também em SP. Segundo Wassef, as sucessivas ocultações no paradeiro do ex-assessor se devem à possibilidade de que Queiroz fosse morto e a responsabilidade pelo crime atribuída à família Bolsonaro.

Na operação que prendeu o ex-assessor, os policiais envolvidos não sabiam que iriam prender Fabrício Queiroz. A medida foi tomada pelo Ministério Público e pelo delegado responsável pela ação, a fim de evitar vazamento de informações. Na casa onde Queiroz foi encontrado, haviam cartazes defendendo o Ato Institucional Número 5 (AI-5), decreto da ditadura militar considerado o momento de maior endurecimento do regime.

Queiroz segue em prisão preventiva - sem previsão de soltura - e isolado no presídio de Bangu 8, no Rio de Janeiro. Ele foi transferido no mesmo dia de sua prisão.

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