Ex-presidente da ABDI acusa secretário especial do Ministério da Economia de improbidade
Segundo Guto Ferreira, Carlos da Costa pediu que a agência arcasse com parte do custo de período sem agenda em Dubai, nos Emirados ÁrabesDemitido nesta semana da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Guto Ferreira, detalhou as acusações que fez contra o seu chefe imediato, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa. A denúncia é de que da Costa teria cometido improbidade administrativa.
Em entrevista ao portal UOL, Guto Ferreira relatou que Carlos da Costa pediu que a agência arcasse com parte do custo de período sem agenda. A ABDI teria comprado uma passagem com escala em Dubai, nos Emirados Árabes, com duração de quatros horas e, segundo Ferreira, Carlos da Costa teria solicitado um período de 12 a 24 horas, sem justificar agenda na cidade para tal.
"Quando você tem uma viagem no serviço público é preciso apresentar uma agenda. Se não é apresentada a agenda não há como viajar", disse ao Uol.
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
AssineO ex-presidente da ABDI ainda acrescenta que denunciou o episódio dentro do Ministério da Economia, mas que "nada foi feito". Ferreira ainda promete que aparecerão outras denúncias "com provas documentais" contra seu ex-chefe.
Exonerado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro, Ferreira deixou o cargo depois de adiantar à revista Veja, que o secretário especial do Ministério da Economia lhe fizera "pedidos nada republicanos".
Sobre o presidente, ele afirmou na entrevista que Bolsonaro não controla seu governo e que existem três alas independentes. A primeira, próprio Bolsonaro, outra da equipe econômica, e a terceira, do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Já sobre o ministro Paulo Guedes, acusou de ele não dar a atenção necessária à indústria e à retomada do desenvolvimento.
"Para mim foi uma grande decepção a não apuração do caso. Maior decepção que a não apuração, que seria me colocar frente a frente com o secretário, é ouvir que eu menti", completou.
Procurado pela reportagem do UOL, o Ministério da Economia afirmou que Ferreira não apresentou quaisquer provas de ilegalidades que teriam sido praticadas por Costa. Já depois da repercussão, o ministério solicitou à assessoria de controle interno, no dia 2 de setembro, que "tomasse providências necessárias ao devido esclarecimento dos fatos noticiados, de modo a que se possa avaliar adequadamente eventuais desconformidades e riscos à integridade associados aos temas noticiados".
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente