Leão XIV: o que pensa o novo papa sobre LGBTs, imigrantes, aborto e outras polêmicas
O cardeal Robert Francis Prevost foi eleito como o primeiro papa nascido nos Estados Unidos da América e tem naturalização peruana
O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, nascido em Chicago, nos Estados Unidos, e naturalizado peruano, foi eleito nesta quinta-feira, 8, como o novo papa após o conclave. Ele escolheu o nome de Leão XIV.
O 267º sumo pontífice da Igreja Católica foi apresentado ao mundo na Praça de São Pedro, onde milhares de fiéis estavam presentes para acompanhar o momento histórico.
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De origem agostiniana e com inclinação pastoral, Prevost é considerado de reputação moderadora e construtor de pontes, chegando a ser classificado como "o menos americano dos americanos", devido sua postura.
Sucedendo Francisco, Leão XIV tem pensamentos progressistas relacionados a temas em alta no cenário mundial como imigração, contrário a pena de morte, mas posições mais conservadoras sobre aborto e ordenação de mulheres.
O que pensa o Papa Leão XIV?
Igreja mais próxima das pessoas
Uma das principais defesas do novo papa quando cardeal era o de aproximar a Igreja Católica das pessoas, em linha semelhante à do antecessor. Ao Vaticano News, Robert afirmou que o bispo não deve ficar sentado em seu reino, mas sim ter um chamado a ser humilde e estar perto das pessoas a quem serve. "Caminhar com elas, a sofrer com elas", disse.
Críticas a Trump e JD Vance
Chamado de o papa das duas pátrias, pelas nacionalidades americana e peruana, Leão XIV já se posicionou em tom crítico em relação a política de imigração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na última postagem nas redes sociais antes do conclave, ele retuitou uma resposta contrária a deportações a prisões em El Salvador.
A publicação em questão afirma que Trump e o presidente salvadorenho usam as estruturas de poder para fazer o que é classificado como "deportação ilícita" falando de um residente americano, deportado por engano pelo governo americano.
Além da crítica a Trump, o novo pontífice também já rebateu o vice-presidente dos EUA, JD Vance, por meio das redes sociais. O republicano havia dito que o amor cristão é primeiro a sua família, depois ao próximo, em seguida a sua comunidade, concidadãos e por fim o resto do mundo. O líder religioso afirmou que o político estava errado.
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Aborto
Em relação ao tema do aborto, o sumo sacerdote segue linha tradicional e conservadora, posicionando-se contrário a legalização. No período em que liderou o Dicastério, parte da Cúria Romana, ele defendeu que fossem nomeados bispos defensores da defesa intransigente da vida desde a concepção até a morte natural.
Bênção a casais do mesmo sexo
Leão XIV nunca fez uma declaração pública enfática sobre os direitos da população LGBTQIAPN+ e a bênção dada pela Igreja Católica a casais do mesmo sexo. De acordo com informações divulgadas no ano passado, ele defendeu que as conferências episcopais nacionais devem ter autonomia e autoridade sobre o tema levando em consideração as diferenças culturais em casos.
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Pena de morte
De forma clara, Robert Prevost se posicionou contrário a pena de morte, vigor em estados dos EUA. Ele classificou a punição como "inadmissível.
"Eu, pessoalmente e vou proclamar na santa missa, é que temos de estar sempre a favor da vida, em todo momento. Isso significa que, não pessoalmente, mas como igreja, que a pena de morte não é admissível", declarou ao jornal La República, do Peru, em 19 de abril de 2022.
Ordenação de mulheres
Em linha mais tradicional, o pontífice Leão XIV já se manifestou ser contrário a ordenação de mulheres na Igreja Católica. Em Sínodo realizado em 2023, ele afirmou que "clericalizar as mulher" não seria a solução dos problemas religiosos da instituição e poderia criar novos.
“Algo que também precisa ser dito é que ordenar mulheres, e algumas mulheres disseram isso de forma bastante interessante, 'clericalizar mulheres' não resolve necessariamente um problema, pode criar um novo problema”, declarou.