Praia do Futuro registra movimento ameno em último domingo do ano
Maioria do público era de famílias e residentes. Quem trabalha na orla agraciou o fato de os feriados de Natal e Réveillon terem caído no meio da semana
15:51 | Dez. 28, 2025
Um dos principais polos turísticos de Fortaleza, a Praia do Futuro registrou movimentação amena no início deste último domingo do ano, 28 de dezembro. A maioria do público era familiar e residente do Ceará. Por volta de 9 horas, era possível ver crianças brincando e alguns cidadãos no mar.
O casal Wellington, de 70 anos, e Rosângela Fernandes, 63, mora na região e disse que a Praia do Futuro é o “melhor lugar para se morar” porque tem “tranquilidade durante a semana e movimento nos fins de semana”.
Os dois contaram visitar a praia com frequência, então reconheceram que o fluxo de pessoas aumentou; porém, Rosângela pontuou que “achou boa” a visita neste domingo, pois “tem pouca gente, não sei se porque é cedo. Geralmente isso aqui é lotado. Talvez mais à tarde comece a encher”.
A percepção é compartilhada por Giovanna Barbosa, 29, que se bronzeava ao lado de uma amiga e geralmente curte a orla pelas manhãs. “Provavelmente à tarde tem bastante gente, mas de manhã é assim, não é lotado”.
Já de recesso do trabalho como artesã, a fortalezense contou esperar “foco na área profissional” para 2026: “Apesar de eleições e Copa do Mundo, em que tudo é muito aflorado e caótico, espero que seja um ano mais centrado, voltado mais para esse lado mesmo do trabalho”.
Ela contou que estava ali para “espairecer após um ano cansativo”, então apreciou o fato de terem poucas pessoas na praia e um Sol moderado.
“Tem um valor simbólico de a gente, nos últimos dias do ano, se sentir mais e pensar em tudo que passamos no ano, as dificuldades, as batalhas”, contextualizou a moradora do bairro de Fátima. “A gente vem para a praia com esse sentido de aproveitar e ver o quanto a gente evoluiu”.
De forma similar, o passeio de Fred, 59, e Cíntia Cavalcante, 53, pela praia foi motivado pela vontade de “encerrar 2025 e pegar essas energias do Sol, do mar, para grandes bênçãos em 2026”, explicou a esposa.
“Essa é uma forma muito bonita para dizer que viemos para descansar”, brincou o marido, que é natural de Iguatu, município a 325,56 quilômetros de Fortaleza, enquanto Cíntia nasceu em Salvador, na Bahia.
“Parece que a vitamina D do Sol já vai incorporando e dá essa força para fazer esse encerramento e abrir um novo ciclo em 2026”, contou ela. “No fundo tem um pouco disso mesmo”, acrescentou Fred, “a gente pede isso no fim de ano. Hoje eu vim aqui para descansar”.
Antes de sentar em uma barraca de praia, o casal caminhou pela areia e percebeu o movimento. “A gente andou só um quilômetro, mas eu não saberia comparar com outros dias. Talvez pela hora, tenha menos gente”, pensou Fred. “Mesmo esse horário, achei um pouco mais cheio hoje”, opinou Cíntia.
Moradores do Cocó, os dois têm costume de visitar a Praia do Futuro, embora “não na frequência que gostaríamos”, segundo o homem. “A gente vem bem menos do que gostaríamos de vir se morássemos fora”.
No fim de ano, 'todo dia é domingo'
Quem trabalha na Praia do Futuro agraciou o fato de os feriados de Natal e Réveillon terem caído no meio da semana. Os dias a mais de “folga” com os fins de semana entre uma data e outra proporcionaram mais oportunidades de venda, porém diluíram a presença do público na visão geral.
Para Manuel Adelson da Silva, que é vendedor de camarão na região há 28 de seus 57 anos, pontuou que, “para quem é ambulante, esse período de fim de ano é muito bom, porque pegamos crises duras depois de fevereiro”.
Ele contou que seguirá pela orla Leste até 20 de janeiro. “A expectativa é ter muita gente no Réveillon”, apontou. “Espero só coisa boa em 2026, que só melhore. Não tenho o que maldizer. Dá para vender”.
Proprietário da barraca Terra do Sol e vice-presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPF), Ivan Assunção brincou que, no fim de ano, “todo dia é domingo, então a gente trabalha com 120% da capacidade”.
“A gente tenta abraçar o máximo possível dessa clientela que vem para a cidade e os fortalezenses também”, argumentou o empresário. Por isso, as datas festivas no meio da semana são apreciadas. “Esse formato foi bem melhor, para a gente. Sexta passada, dia 26, como eu disse, foi um domingo”.
“Como foi o dia seguinte ao Natal, todo mundo imprensou. Foi bem favorável. Nossa expectativa é que, por conta disso, a gente até consiga faturar um pouco mais que o ano passado”, refletiu o proprietário.
Segundo Ivan, o setor vê uma diminuição do consumo, então “grande parte dos empresários está tentando repetir números do fim do ano passado”.
Questionado sobre o movimento deste domingo, Ivan pontuou que os horários de pico variam conforme barraca, pois a Praia do Futuro “tem essa particularidade de ter vários públicos. Tem barraca dos jovens, tem barraca que é da família. Tem todo público. É extremamente democrática”.
Em 2026, ele visualiza um calendário oportuno para as barracas de praia, especialmente devido ao número maior de feriados. “Como os horários dos jogos da Copa serão à noite, não será tão favorável para o nosso setor, mas o evento em si ajuda no todo, trazendo mais gente”, considerou.
“Estamos sempre otimistas, que a barraca vai estar lotada, que a gente vai faturar mais que o ano passado”, complementou. “E a gente trabalha e se prepara para isso, mas não sabemos como é que será”.
Por fim, Ivan celebrou que, em 2026, deve ser resolvida a disputa judicial que se estende há 20 anos entre as barracas na Praia do Futuro.
“Está na fase final, estamos esperando minutas de acordo para serem assinadas e, a partir daí, sacramentar”.
“Era para ter sido finalizado esse ano, mas espera-se que em 2026 essa área passe realmente para a Prefeitura e aí sejam feitos ajustes no funcionamento, mas acabamos com a briga e todo mundo permanece”, conclui.