Paraquedistas viralizam com salto noturno em Fortaleza

Luzes e adrenalina: paraquedistas surpreendem e viralizam com salto em Fortaleza

Vídeos de luzes caindo do céu viralizaram nas redes sociais. Era um grupo de paraquedistas que viaja pelo mundo difundindo o esporte radical. Entre eles, um cearense que teve seu primeiro salto noturno
Atualizado às Autor George Sousa Tipo Notícia

Um tornado? Meteoro? Peças de equipamento aéreo? Essas foram algumas das reações das pessoas que estavam pela região da orla de Fortaleza, pela Praia de Iracema, noite de sexta-feira, 14, surpreendidas ao avistarem umas luzes caindo do céu. O vídeo da população assustada com o acontecimento logo viralizou nas redes sociais.

Assista:

O acontecimento se trata de uma prática de esporte radical: o paraquedismo, feita pelo grupo Fly Brother Wingsuit, que reúne paraquedistas entusiastas pela modalidade de wingsuit, conhecido como asa de morcego, em que o praticante utiliza um traje especial com asas (wingsuit) para planar durante a queda livre, atingindo altas velocidades horizontais.

A apresentação envolveu sete componentes do projeto, atletas de São Paulo, Goiânia, Bahia, Rio de Janeiro e de Fortaleza, além de outras cidades do Brasil, que deram um show na Praia de Iracema, com um salto noturno inédito.

Para dar aquele efeito de luz durante o salto, eles utilizaram uma cascata de ouro, equipamento que simula chuva dourada, com iluminações especiais acopladas no pé esquerdo, que eram acionadas remotamente via controle, na distância de nove mil pés, altura pré-estabelecida para acenderem o dispositivo luminoso e criarem o efeito que chamam de “cometas humanos”.

Eles chegaram a 12 mil pés de altura, aproximadamente 4 km. Às 21 horas, saltaram do equipamento aéreo e transformaram o céu da capital cearense em um espetáculo da prática de salto wingsuit, reunindo luzes e emoção, levando beleza, técnica e adrenalina para o público que assistia de baixo.

"Para gente está sendo especial. Eu e a minha esposa amamos o Ceará. Antes deste salto nós já estávamos em Guriú e Tatajuba velejando. A gente veio para cá, para Fortaleza, exatamente para fazer o salto", explicou Bruno Alex, um dos idealizadores do projeto Fly Brother WingSuit.

Bruno Alex tem 36 anos, é empresário, DJ, paraquedista desde 2019 e instrutor do esporte radical. Em sua bagagem de sucesso na prática, o mineiro, que atualmente reside em Goiânia, acumula mais de 950 saltos e 700 dedicados só na modalidade de wingsuit.

O desejo de praticar paraquedismo nasceu após ele realizar um salto duplo, tipo de paraquedismo onde um passageiro não-paraquedista salta preso a um instrutor experiente. Ainda no ar, Bruno sentiu uma emoção que jamais havia experimentado, a adrenalina na sua mais alta energia.

A sensação de estar no ar junto ao sentimento de vigor, foram combustíveis para que ele seguisse carreira na área e, hoje, com o projeto Fly Brother WingSuit levasse para todo o País os mesmo sentimentos, acompanhados de amigos que compartilham do mesmo espírito esportivo.

Unidos pelo ponto em comum, são instrutores que promovem a prática esportiva no Brasil, dando cursos e fomentando tudo aquilo que diz respeito ao wingsuit. “O objetivo é difundir o esporte e trazer mais adeptos para cá”, explica Bruno.

Após a viralização do grupo nas redes sociais, uma das dúvidas dos internautas era a divulgação dos saltos e espetáculos noturnos que eles promovem pelo País. Quando questionado sobre Bruno comenta. “Nós esperamos o conteúdo orgânico. Não divulgamos, é intencional”.

Com isso, eles visam que o público fique curioso e se interessem em conhecer não só a prática esportiva radical, mas também o projeto que eles levam pelas cidades. A partir disso, surge o convite: aprenda e voe conosco.

Para isso, explica Bruno, o interessado deve procurar uma escola de paraquedismo, como a Vertical Jump Paraquedismo aqui em Fortaleza, fazer curso e depois de 200 saltos, faz o curso de wingsuit, que ele é instrutor.

Sobre novos saltos em Fortaleza, o instrutor explicou que por agora não. O foco será levar o espetáculo para outra capital.

Cearense Bruno Bazzan explica emoção durante seu primeiro salto noturno

Dos sete participantes presentes no salto que surpreendeu o público na orla da Praia de Iracema, estava o cearense Bruno Bazzan, de 40 anos, que desde 2019 prática paraquedismo.

Bruno nos conta que sempre ficou encantado com o esporte radical quando assistia pela televisão e internet. Decidido a seguir o coração que acelerava cada vez mais só de pensar na sensação de voar, foi buscar um curso de paraquedismo em Fortaleza.

Após um longo percurso de aprendizado e prática na modalidade tradicional do paraquedismo, em 2023 Bruno Bazzan fez o curso de wingsuit, justamente essa modalidade de voo com asas que remetem ao morcego.

Desde então, Bruno vem aumentando os seus desafios e recordes. Quando soube de um voo noturno em Fortaleza, chamou os componentes do grupo Fly Brothers Wingsuit que conhecia para realizar esse marco em sua carreira como paraquedista junto com ele.

"Foi a primeira vez que eu saltei a noite, os outros participantes já tinham mais experiências, então para mim foi bom pois eu estava cercado de gente que já sabia o que estava fazendo", comentou Bruno prestes a voar novamente na tarde deste sábado, 15.

"Foi incrível voar a noite, em cima da cidade ali, aquele visual, acionamos aqueles fogos nos pés. Foi algo incrível, quem estava vendo as imagens consegue sentir mais ou menos o que foi o salto", continuou o atleta.

Com cerca de 700 saltos em sua bagagem como paraquedistas, Bruno nos relata que era o mais inexperiente na turma que estava prestes a fazer o espetáculo no céu da orla de Fortaleza.

"Fica aquela tensão, aquela pressão se vai saber e conseguir fazer tudo certinho, mas graças a Deus deu tudo certo e foi incrível", complementa o profissional.

Bruno agora celebra mais um novo marco em sua trajetória como atleta paraquedista: seu primeiro voo noturno, que também tem um gosto ainda mais especial, pois foi em Fortaleza, sua terra.

"Eu já tinha imaginado esse salto outras vezes, mas era um salto complicado porque aqui em Fortaleza só tem eu de atleta wingsuit em atividade por enquanto. Então quando todo mundo topou, foi incrível, pois é um salto que depende de muitos atletas que tenham um nível alto para manter a segurança", finaliza ele.

Saiba mais sobre a prática de salto Wingsuit

Em meados da década de 30 do século XX, os primeiros criadores de wingsuits não imaginavam que essa prática no futuro viria a ser tão conhecida. Na época, entre 1930 e 1961, dos 76 pioneiros do esporte radical que saltaram pela primeira vez, 72 morreram nos voos de teste.

Aqui no Brasil, o paraquedista brasileiro Luigi Cani, conhecido por ser detentor de 11 recordes mundiais, saltou de um helicóptero sobre o Corcovado, poucos metros acima da estátua do Cristo Redentor, utilizando o equipamento de asas em 2007. No salto, Cani raspou o traje na montanha, rasgando o wingsuit. Sobreviveu. Conseguiu manter o voo e pousar ileso.

Desde então, carrega em sua trajetória 14 mil saltos registrados e 79 medalhas. Seus recordes de maior destaque são a maior velocidade em queda livre (552 km/h) e o salto com o menor paraquedas do mundo.

Serviço

Curso de paraquedismo na modalidade wingsuits

  • Instrutor: Bruno Alex
  • Mais informações: através do Instagram @brunalex

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