Fortaleza anuncia criação de cinco novos parques urbanos e reforça agenda climática rumo à COP 30

Prefeito Evandro Leitão (PT) lançou medidas ambientais durante evento que reuniu autoridades nacionais e internacionais no Centro de Eventos do Ceará

10:48 | Set. 10, 2025

Por: Gabriele Félix
Parque Rachel de Queiroz, em Fortaleza (foto: Samuel Setubal)

Entrando nos debates da agenda internacional de sustentabilidade, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), anunciou a criação de cinco novos parques urbanos na manhã desta quarta-feira, 10, durante o evento “Diálogo Rumo à COP 30”, realizado no Centro de Eventos do Ceará. Com a medida, a capital passará a contar com 30 parques urbanos.

A abertura do encontro reuniu autoridades nacionais, internacionais, estudiosos e ambientalistas para anunciar medidas e firmar parcerias. Segundo o prefeito, os novos parques reforçam o papel de Fortaleza na agenda climática.

“Esses cinco parques urbanos que nós anunciamos hoje serão importantes para tornar Fortaleza uma cidade mais arborizada, voltada para a sustentabilidade”, afirmou.

Novos parques urbanos em Fortaleza

- Parque Urbano da Lagoa do Aracapé
- Parque Urbano da Lagoa do Urubu
- Parque Urbano Zeza-Olho D’água
- Parque Urbano Zoobotânico do Passaré
- Parque Urbano da Lagoa da Paupina

Plano Diretor e áreas verdes

Arthur Bruno, superintendente do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), destacou que a ampliação das áreas verdes será prioridade no Plano Diretor, atualmente em elaboração e que deveria ter sido renovado em 2019.

“O prefeito determinou que precisamos manter as áreas verdes asseguradas e aumentar. Estamos aumentando as áreas de proteção ambiental em 60%. Lamentavelmente, Fortaleza só tem 16% do seu território protegido. Nos últimos oito anos, perdemos 20% dessas áreas”, afirmou.

Bruno explicou ainda que a proposta é aproximar moradia, trabalho e lazer, de modo a estimular o uso de áreas com infraestrutura.

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Fortaleza lança primeira Política Municipal de Mudança do Clima

Durante o evento, também foi lançada a primeira Política Municipal de Mudança do Clima de Fortaleza, estabelecendo diretrizes, ações e metas de adaptação e mitigação para preparar a cidade diante de eventos climáticos extremos, como enchentes e ondas de calor.

A legislação estabelece diretrizes para a definição de ações e metas capazes de enfrentar os efeitos da crise climática, fortalecendo instrumentos de planejamento já existentes e protegendo a população diante de eventos extremos, como enchentes e ondas de calor.

O secretário do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), João Vicente Leitão, destacou o esforço da gestão. “Neste semestre, batemos recorde de mudas e plantio de árvores, com mais de 30 mil até setembro. E a meta é aumentar esse número”, afirmou.

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Investimento federal para redução de riscos

Também foi anunciado o Observatório dos Riscos Climáticos, ferramenta de monitoramento e acompanhamento das áreas de risco da capital, que será gerenciado pelo Iplanfor com dados de diferentes órgãos da Prefeitura.

Fortaleza ainda foi contemplada com R$ 700 mil do governo federal para o Plano Municipal de Redução de Riscos, recurso que permitirá a reavaliação das áreas vulneráveis já mapeadas e a elaboração de um novo diagnóstico em todas as regionais da cidade. O trabalho será conduzido pelo Serviço Geológico do Brasil em parceria com a Defesa Civil municipal e deve durar 18 meses.

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Fortaleza integra Rede Global C40

Outra medida foi a adesão de Fortaleza à Rede Global C40, oficializada com a assinatura de um Memorando de Entendimento. O grupo reúne 98 das maiores cidades do mundo comprometidas em enfrentar a crise climática, representando mais de 650 milhões de habitantes e 25% do PIB mundial. A integração fortalece a colaboração em projetos e ações conjuntas de mitigação e adaptação.

“A entrada de Fortaleza na C40 é motivo de orgulho. A rede reúne cem cidades lideradas por prefeitos influentes no combate à crise climática. Às vésperas da COP30, esse grupo vai discutir soluções práticas e parcerias com a população para enfrentar os impactos já sentidos da emergência climática”, destacou Gabriel Tenenbaum, diretor de implementação da C40 na América Latina.

Uma carta de intenções será elaborada e apresentada durante a COP 30, em novembro, em Belém. (Colaborou Victor Marvyo)

Atualizada às 21h21