Chacina do Curió: júri entra em sessão secreta para votação da sentença

Após adiantamento das sessões do julgamento dos envolvidos na Chacina do Curió na madrugada do sábado, Fórum Clóvis Beviláqua registrou pouca movimentação na manhã deste domingo, 31

11:47 | Ago. 31, 2025

Por: Bianca Raynara
Familiares de vítimas da Chacina do Curió realizam vigília durante o julgamento - que acontece no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza (foto: Julio Caesar/OPOVO)

O júri que votará na sentença da quarta sessão do julgamento dos envolvidos na Chacina do Curió já está em isolamento para votação.

A leitura dos requisitos foi finalizada às 10h29min deste domingo, 31 de agosto. Não há previsão para o fim da votação, o provável é que se estenda pela tarde de hoje.

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A chacina deixou 11 mortos e sete feridos entre os dias 11 e 12 de fevereiro de 2015. Estão sendo julgados os PMs Daniel Fernandes da Silva, Gildásio Alves da Silva, Luis Fernando de Freitas Barroso, Farlley Diogo de Oliveira, Renne Diego Marques, Francisco Flávio de Sousa e Francisco Fabrício Albuquerque de Sousa por meio do Conselho de Sentença, da 1ª Vara do Júri de Fortaleza.


Com os adiamentos das sessões na madrugada de sábado, o Fórum Clóvis Beviláquia, no bairro Edson Queiroz, registrou pouca movimentação durante o julgamento deste domingo, 31.

Vigília: apoio aos familiares das vítimas da Chacina do Curió

No mesmo local, também está marcada uma vigília com apoiadores e organizações sociais para prestar apoio aos familiares das vítimas.

No entanto, o movimento no início desta manhã foi tranquilo, com alguns apoiadores reunidos na entrada do fórum.

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Instituições como o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca/Ce) e o Escritório Frei Tito, da Assembleia Legislativa do Ceará, estão prestando apoio.

Neste quarto julgamento do caso, o banco dos réus é composto por sete policiais militares que respondem por participação na sequência de crimes.

Eles compõem o "Núcleo da Omissão", ou seja, profissionais que estavam trabalhando na região onde os crimes ocorreram, tinham o dever legal e podiam agir para evitar a chacina, mas nada fizeram, conforme o Tribunal de Justiça do Ceará.

Chacina do Curió: relembre o crime

A chacina aconteceu na noite do dia 11 e na madrugada de 12 de novembro de 2015. O crime teria sido motivado por uma vingança após o assassinato do PM Valtermberg Chaves Serpa, conforme denúncia do MPCE.

O policial foi morto ao reagir a um assalto contra sua esposa no bairro Lagoa Redonda, em Fortaleza, no mesmo dia. A morte repercutiu entre policiais militares, que se articularam para uma ação de retaliação. As investigações revelaram que, por meio de rádio, mensagens e ligações telefônicas, o grupo organizou uma operação com divisão de tarefas, buscando alvos considerados suspeitos ou desafetos pessoais.

O documento de acusação afirma que as vítimas foram escolhidas aleatoriamente. Além disso, revela que, durante os ataques, viaturas da Polícia Militar próximas aos locais não prestaram socorro, mesmo com ligações da população.

Algumas viaturas teriam passado ao lado dos corpos sem parar e que ambulâncias chegaram aos locais antes da polícia, mas não conseguiram atuar por falta de segurança.

As vítimas mortas durante o crime - que já completou dez anos - foram Alef Sousa Cavalcante, 17 anos; Antônio Alisson Inácio Cardoso, 17; Francisco Enildo Pereira Chagas, 41; Jandson Alexandre de Sousa, 19; Jardel Lima dos Santos, 17; José Gilvan Pinto Barbosa, 41; Marcelo da Silva Mendes, 17; Patrício João Pinho Leite, 16; Pedro Alcântara Barroso, 18; Renayson Girão da Silva, 17; e Valmir Ferreira da Conceição, 37.

(Com informações da repórter Mariana Fernandes e da repórter Mirla Nobre)