Mais de 50 estruturas irregulares são derrubadas no Pirambu

Ação coordenada pela Agefis atende solicitação do Ministério Público e integra plano de ordenamento da orla de Fortaleza, que vai da Barra do Ceará até a Sabiaguaba

15:25 | Ago. 28, 2025

Por: Victor Marvyo
Operação para atender pedido do MP motiva demolição de estruturas irregulares no bairro Pirambu, em Fortaleza, nesta terça-feira, 26 (foto: Reprodução/Agefis)

Cerca de 54 construções, entre barracas e cercas, foram retiradas da orla do Pirambu, em Fortaleza, durante operação realizada pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) nessa qurta-feira, 27 

A ação, da Prefeitura de Fortaleza em coordenação com diversos órgãos, é parte de uma operação de desocupação em diferentes pontos da orla, abrangendo desde a Ponte Rio Ceará, na Barra do Ceará, até a região da Sabiaguaba.

Segundo Guilherme Magalhães, superintendente da Agefis, a operação deve durar cerca de 15 dias. Ele ressaltou que muitas das estruturas demolidas eram precárias e sem funcionamento. “Algumas delas já estavam inutilizadas e outras foram retiradas pelos próprios ocupantes, que haviam sido notificados”, disse.

“A principal irregularidade era a ocupação de uma área pública que havia sido abandonada pela fiscalização”, destacou. O superintendente também confirmou que já foram realizadas ações semelhantes em outros trechos, como Praia do Futuro, Sabiaguaba, Beira-Mar e Praia dos Crush. “A operação abrange toda a orla de Fortaleza”, completou.

A ação teve como objetivo remover ocupações irregulares após solicitação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), permitindo a utilização adequada do espaço público e devolvendo a área à população.

Após o episódio, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), se manifestou sobre a fiscalização municipal. “Estamos articulando alternativas para as pessoas e entidades afetadas neste primeiro momento, dentro do planejamento de ordenamento da orla da região”, afirmou.

LEIA MAIS| Carro colide com moto e deixa dois feridos na BR-116 na manhã desta quarta

Em publicação nas redes sociais, Evandro Leitão declarou: “Foram anos de desmandos e jeitinhos que empurravam problemas e deixavam medidas judiciais em segundo plano”. Ele acrescentou que a Prefeitura mantém diálogo com permissionários da Beira-Mar e articulação avançada com a União, como no caso da Praia do Futuro.

LEIA TAMBÉM| Cidade da Criança contará com biometria facial para liberar acesso

Instituto Cai Cai Balão coba diálogo e aguarda apoio da Prefeitura

Na última terça-feira, 26, a sede do Instituto Cai Cai Balão — ligado à quadrilha junina infantil mais antiga em atividade no Ceará, com 45 anos de tradição — foi demolida, o que gerou grande repercussão.

O presidente do Instituto, Fábio Lessa, afirmou ao O POVO que não foi avisado previamente sobre a ação.

“Não foi avisado nada, apenas sabíamos que iriam derrubar um trecho que não incluía a nossa área. Não avisaram, não teve diálogo sobre essa ação diretamente com a gente”, afirmou.

Conforme o diretor, outros moradores haviam sido informados, inclusive havia uma relação de cadastro em um trecho que não incluía o instituto. “O nosso trecho, somente a nossa sede, foi a mais prejudicada.”

No comunicado, o prefeito afirmou que determinou um grupo de trabalho com a Secretaria da Cultura e a Regional 1 para acompanhar o caso e buscar um terreno que possa ser cedido para as atividades do grupo.

“Fui convidado para uma reunião na sede da Secretaria da Cultura de Fortaleza. Algo que me trouxe esperança de retratação e que seja feito o que for melhor para a nossa história, legado e crianças”, finalizou.

O POVO procurou a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (Secultfor) para solicitar informações sobre as medidas adotadas em apoio à instituição após a demolição da sede. Em resposta, a pasta reforçou que a ação atendeu a uma recomendação do Ministério Público do Ceará (MPCE) e da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) para a remoção de estruturas irregulares na faixa de praia.

A Secultfor acrescentou ainda que reconhece a trajetória do Instituto e afirmou: “somamos forças na mediação de soluções, integrando o grupo de trabalho criado sob orientação do prefeito Evandro Leitão, para que as atividades do grupo possam ser continuadas em um novo espaço”.