Poço da Draga: UFC discute cuidados com a pele e empreendedorismo feminino na Cufa

O cenário da comunidade do Poço da Draga conta com nova atração, em Fortaleza. Os interessados pelos temas cuidados com a pele e empreendedorismo para mulheres podem participar da primeira edição do evento "Ciência na Cuca", promovido pela Universidade Federal do Ceará (UFC). A programação sucede em dia único nesta segunda-feira, 28, das 18 às 19 horas. 

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As palestrantes serão as professoras Conceição Oliveira, coordenadora de Empreendedorismo da UFC, e Elenir Pinho, do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica da Universidade. O evento é realizado na sede da Central Única das Favelas (Cufa).

Não há exigência de inscrição prévia, sendo aberto ao público em geral.

O Ciência na Cuca é um projeto de divulgação científica submetido pela professora Giovanna Guedes, que também é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da UFC. "O intuito é fazer com que as pessoas se interessem mais pelos temas da ciência e que não caiam em ciladas de charlatões", aponta.

A ação é realizada por meio do Programa de Extensão da Educação Superior na Pós-Graduação (Proext-PG), em parceria com o projeto de extensão Estação Favela e a Cufa Poço da Draga.

Serão realizados cinco eventos científicos em equipamentos de Fortaleza, sendo o primeiro na Cufa e os próximos na Rede Cuca, previstos para iniciar em agosto. 

Em 2023, criou-se o Proext-PG como realização da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Na UFC, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) é responsável pelo programa, que tem apoio financeiro da Capes. Dessa forma, a PRPPG lançou edital que contemplou projetos de 52 programas de pós-graduação, entre eles o Ciência na Cuca.

Cucas Mondubim e Jangurussu contam nas próximas ações

Segundo a professora Giovanna Guedes, haverá abertura, seguida da fala dos convidados de cerca de 20 minutos cada para que depois haja espaço para as perguntas do público. 

"O intuito é que realmente a linguagem se aproxime de qualquer público, que as pessoas não se sintam excluídas pelo discurso, mas o contrário. A gente não pode só traduzir uma linguagem científica para uma linguagem mais cotidiana e popular. Temos que contextualizar o discurso", afirma. 

De acordo com a professora, ocorrerá uma conversa informal com os ouvintes para saber do saldo do evento. No entanto, informa que o fruto dos aprendizados só serão sentidos à medida que as pessoas forem utilizando no dia a dia.

Ela diz ainda que existe pretensão de seguir para todas as redes Cucas, mas a princípio deve acontecer no Mondubim, em agosto, e depois no Jangurussu, em setembro.

"A gente tenta romper essa barreira de sair dos muros. [...] É um trabalho ainda incipiente", define. Giovanna apresenta que não há preocupação em fazer mensuração do impacto que o evento possa causar. Mesmo assim, objetivam retornar à comunidade e aplicar um questionário.

Para o pró-reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação, Luiz Gonzaga, os programas de pós-graduação das instituições brasileiras desenvolvem alguma ação de extensão voltada para a comunidade externa e não acadêmica, como odontologia, agronomia, zootecnia, química e física. 

Conheça: Estação Favela e Cufa

De acordo com Morgana Sampaio, coordenadora do Estação Favela, o projeto trata-se de uma iniciativa de extensão da UFC, em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e a Central Única das Favelas (Cufa).

"A Cufa é parceiro fundamental para o desenvolvimento das atividades do projeto, tendo em vista que através de suas lideranças é possível fazer com que a UFC chegue em periferias e espaços onde muitas vezes o poder público não chega", garante.

Com foco na capacitação e inclusão social de comunidades periféricas de Fortaleza, a proposta utiliza a educação como principal ferramenta para promover o desenvolvimento local e criar oportunidades para os moradores dessas áreas.

Estação Favela ofereceu 2.400 horas de cursos de maio de 2024 a maio de 2025 e certificou 459 pessoas dos bairros Poço da Draga e Barroso II. Assim, consideram que usar a linguagem acessível é um dos principais pilares.

"Reconhecer que a Universidade pode ensinar, mas também aprende quando entra nas periferias. Muitas vezes, a população nunca entrou em um prédio da UFC ou nunca teve acesso a qualquer tipo de diploma ou certificado da instituição, contudo, são detentoras de saberes e buscam conhecimento que às vezes esbarram na burocracia", sublinha. 

Segundo Patrícia Sousa, líder das Mulheres Empreendedoras do Poço da Draga da Cufa, o processo de escolha dos temas foi escolhido pela comunidade. O endereço tradicional da Capital conta com 85% dos moradores exercendo o empreendedorismo.

Serviço

Ciência na Cuca

Quando: segunda-feira, 28
Horário: das 18 às 19 horas
Onde: Cufa Poço da Draga (rua Guilherme Bluhn, 110) - Fortaleza (CE)