Caso Heitor: alunos realizam ato por mais segurança em campus da Uece

Evento está marcado para ocorrer de forma pacífica na manhã da segunda-feira, 11

Estudantes da Universidade Estadual do Ceará (Uece) vão realizar um ato pedindo por mais segurança na unidade do bairro Itaperi, em Fortaleza, onde foi encontrado o corpo do garoto Heitor Viana Kobayashi, de 9 anos. Manifestação deve ocorrer de forma pacífica no campus, na manhã da segunda-feira, 11, às 9 horas.

A criança era autista e havia desaparecido nos arredores da instituição de ensino nessa semana. Ele não se comunicava verbalmente e pulou da janela do carro após a mãe sair do veículo para ir ao banco.

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O corpo do menino foi encontrado na quinta-feira, 7, boiando na lagoa que fica dentro do campus. Um laudo da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) apontou que a causa da morte foi asfixia por afogamento.

De acordo com um dos estudantes que está a frente da manifestação, cujo nome será preservado, a "tragédia com a criança foi o estopim" para que alunos se mobilizassem e reivindicassem a resolução de problemas antigos.

Ele destaca que há uma parte do ambiente interno da universidade muito escura, sem iluminação ou câmeras e que não há grade de proteção na lagoa onde Heitor foi encontrado. 

"(O lado interno do campus) É um ambiente muito escuro, com muito mato, e isso tanto tem risco de crimes como tenha talvez atrapalhado nas buscas (pela criança) (...) O que a gente quer é que haja melhoria desses aspectos, da segurança em geral", aponta o aluno. 

 

Ele esteve participando das buscas pelo garoto e, conforme relata, os seguranças da instituição não tinham aparato necessário para procurar o menino, como lanternas. "A gente quer que tragédias como essas não aconteçam mais", diz o jovem.

"O ato está sendo organizado por estudantes devido à comoção do caso, que abalou toda a comunidade, novamente veio à tona questões já antigas da Universidade, como é a questão da falta de espaço para crianças e adolescentes que precisam acompanhar seus responsáveis (...) Não queremos resoluções imediatistas, como colocar grade de proteção na lagoa. Mas, precisamos de espaços que nossas crianças possam estar em segurança", aponta outro estudante, que também terá a identidade preservada.

Uece garante ter tomado todas as providências

Procurada pelo O POVO, a Uece destacou que, após saber do sumiço do garoto, tomou "imediatamente" todas as providências necessárias. Instituição disse ter acionado equipes da Segurança Patrimonial da Uece e da Segurança Privada do campus Itaperi.

"Além das buscas empreendidas, a Uece solicitou imagens de segurança de câmeras existentes no campus, como a da agência bancária, onde a mãe de Heitor informou que estava no momento do desaparecimento, e de outros prédios da instituição. As imagens coletadas serão todas disponibilizadas à Polícia. Existe, ainda, câmera SPIA de Segurança Pública na entrada do campus Itaperi", pontuou entidade.

"Sobre a questão da ausência de lugares onde mães estudantes possam deixar seus filhos, a Uece informa que existe uma parceria com a Prefeitura de Fortaleza para a oferta de vagas no Centro de Educação Infantil (CEI) Augusto Pontes, destinadas aos filhos e filhas das estudantes e servidoras, inclusive existe atualmente vagas ociosas", frisou ainda instituição.

Confira nota na íntegra:

"A Universidade Estadual do Ceará informa sobre o caso do menino Heitor, autista, de 9 anos de idade, filho da estudante do curso de Terapia Ocupacional, Lidianny Kobayashi. Tão logo informada sobre o desaparecimento, no dia 6 de setembro, por volta das 15h30, todas as providências começaram a ser tomadas. Imediatamente, equipes da Segurança Patrimonial da Uece e da Segurança Privada do campus Itaperi iniciaram as buscas.

Os reforços da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros foram acionados pela instituição de ensino também de forma imediata, sendo prontamente atendida. Logo, estudantes e servidores se voluntariaram para a procura de Heitor, além das equipes especializadas que já estavam atuando.

Toda a Universidade se uniu nessa missão, se não na busca, no compartilhamento da informação sobre o desaparecimento. As buscas foram reforçadas com a chegada de outras viaturas da Polícia Militar e Polícia Civil e por equipe do corpo de bombeiros. No início da noite, a Uece e a família de Heitor contaram também com cães farejadores e Ciopae, com helicóptero que fez vários sobrevoos ao campus.

Encerrada na madrugada do dia 7, as buscas foram retomadas pela manhã, na lagoa do campus, como estratégia traçada pelas equipes do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, embora o local já tivesse sido explorado na noite anterior com auxílio dos cães e helicóptero. Foi na lagoa, por volta das 11h15, que o corpo de Heitor foi encontrado sem vida, apesar de todo o esforço das equipes de segurança e da universidade no dia anterior e na madrugada. Segundo laudo da Perícia Forense Estadual (Pefoce), foi concluído que a causa da morte foi asfixia por afogamento, não havendo sinais de violência no corpo vestido pelo uniforme escolar.

Além das buscas empreendidas, a Uece solicitou imagens de segurança de câmeras existentes no campus, como a da agência bancária, onde a mãe de Heitor informou que estava no momento do desaparecimento, e de outros prédios da instituição. As imagens coletadas serão todas disponibilizadas à Polícia. Existe, ainda, câmera SPIA de Segurança Pública na entrada do campus Itaperi.

Sobre a questão da ausência de lugares onde mães estudantes possam deixar seus filhos, a Uece informa que existe uma parceria com a Prefeitura de Fortaleza para a oferta de vagas no Centro de Educação Infantil (CEI) Augusto Pontes, destinadas aos filhos e filhas das estudantes e servidoras, inclusive existe atualmente vagas ociosas.

A oferta tem como objetivo contribuir para permanência qualificada e desempenho acadêmico satisfatório da estudante na universidade e fica situada na Rua Holanda s/n – bairro Dendê (há aproximadamente 2 km da entrada do campus). Além disso, a universidade sendo uma instituição de ensino superior, seguindo a legislação vigente, não pode ofertar o serviço de educação infantil. Por fim, a Uece esclarece ainda que no dia do fato ocorrido, a mãe do menino Heitor, a aluna do curso de Terapia Ocupacional, Lidiany Viana, não estava em horário de aula, estando no campus para utilização do serviço bancário".

 

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