Coleguinhas de sala descrevem Heitor como um menino amável, dizem mães

Mães de crianças da 3ª série que estudavam com Heitor farão homenagem ao menino. Criança foi encontrada morta na lagoa do Itaperi, nesta quinta-feira

Mães de coleguinhas de sala de aula de Heitor Viana Kobayashi Silva, 9 anos, encontrado morto na lagoa da Universidade Estadual do Ceará (Uece), nesta quinta-feira, 7, também estão de luto. O relato das mães, baseado nas crianças que estudavam com o menino, descreve o pequeno como um menino amável, apegado aos professores. 

A criança fazia a 3ª série no Sesi, na Parangaba. Heitor era autista e não verbalizava, mas abraçava os coleguinhas. Depois da aula, ele desapareceu na quarta-feira, 6, nos arredores da Universidade.

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Ele estava dentro de um carro e conseguiu fugir pulando pelo vidro do veículo enquanto a mãe estava em uma agência bancária. O garoto estava acompanhado da avó e da irmã, uma criança.

Abraço nos coleguinhas 

As mães relatam que o garoto abraçou todos os coleguinhas no dia do desaparecimento. Elas estão organizando uma homenagem para Heitor e à família durante o velório e o sepultamento. Os locais e os horários ainda serão informados. 

Angélica tem uma filha no Sesi, que estudava com Heitor há três anos na mesma sala. "Era uma criança muito amorosa e amava as professoras. Era uma criança inteligente. Estamos arrasadas", descreve.

Heitor "se comunicava do jeitinho dele" com as outras crianças, conforme ela. "Ele abraçou os amiguinhos. Ontem parecia uma despedida. Era muito apegado com os professores. Abalou todo mundo", relata a mãe.

Homenagem a Heitor

Eveline Silveira, mãe de uma aluna de 9 anos que estudava com Heitor, descreveu o que a filha comentava sobre o colega de sala. Segundo ela, no dia do desaparecimento de Heitor, houve um momento em alusão ao 7 de Setembro na escola e o barulho incomodou bastante o menino. 

"O Heitor na sala era uma criança muito boa. Ficava nas brincadeiras individuais, se incomodava com barulho, mas as crianças sabiam qual o limite e respeitar as diferenças, que ele tinha um limite para zuada. Ontem perguntei por ele, e a tia disse que não presenciou o momento cívico, pois voltou para a sala com Heitor. Ele saiu da escola desorganizado", comenta. 

A mãe de aluna relembra que, na formatura do 1º ano, Heitor foi levado ao palco e aceitou tirar a foto da turma. Os coleguinhas, conforme Eveline, perguntaram por ele. "Minha filha disse que ele gostava muito de desenhar, cortar papel. As crianças ainda não entenderam o que é essa passagem de vida para a morte", aponta. 

Janny Álcantara tem um filho matriculado no Sesi, a mesma escola que o Heitor estudava, e ressaltou que ficou arrasada. "Eles não eram da mesma sala, mas eram amigos e brincavam juntos no intervalo. O Heitor sempre utilizava fones de ouvido. Ele (filho de Janny) me disse: 'Mamãe, o meu amiguinho morreu'."

Luto oficial no sistema Fiec 

Em nome das escolas Sesi Senai do Ceará, o Sistema Fiec divulgou uma nota lamentando a perda prematura de Heitor. "Diante de tamanha dor, declaramos luto oficial no sistema Fiec. A escola Sesi Senai da Parangaba voltará as atividades somente na segunda-feira, 11. As demais unidades prestarão homenagens aos estudante." 

A Universidade Estadual do Ceará (Uece) divulgou nota lamentando a morte de Heitor, que era filho de uma estudante da instituição. Eles ressaltaram o trabalho de buscas da equipe da Universidade, das Polícias e do Corpo de Bombeiros. 

Causa da morte será informada após laudo 

O caso do desaparecimento de Heitor era investigado pela delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. O caso será investigado pela Polícia Civil, e um laudo da Perícia deve informar a causa da morte do menino, que foi encontrado na lagoa e teve o corpo retirado por mergulhadores do Corpo de Bombeiros. 

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