Chacina do Curió: réu nega ter visto pessoas encapuzadas na região

A defesa recriou o trajeto das mortes da chacina; em todos os casos, o réu afirma ter estado em locais diferentes

O corpo de jurados do segundo julgamento da Chacina do Curió ouviu, na manhã desta segunda-feira, 4, o quinto dos oito réus acusados de omissão perante a matança. Durante o depoimento, Ronaldo da Silva Lima, um dos militares que estava de serviço na madrugada em que aconteceram as mortes, negou ter visto pessoas encapuzadas ou escutado barulhos de tiros na região da Grande Messejana.

O policial alegou que foi acionado para auxiliar no atendimento à morte do soldado Serpa (fato que motivou a chacina) e que o conhecia apenas de vista.

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Por nunca ter trabalhado na região do Curió ou da Lagoa Redonda, o PM afirmou que não conhecia o local e se guiou por informações repassadas pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops).

Por volta das 23 horas, ele disse ter passado pela base do “Crack é possível vencer”, programa de capacitação profissional e reabilitação de dependentes químicos. Segundo Ronaldo, havia muitas viaturas na região, mas o acusado não soube precisar a quantidade.

Em algumas perguntas da promotoria, os advogados de defesa orientaram o réu a permanecer em silêncio. O fato foi rebatido pela acusação, e o juiz precisou intervir para acalmar os ânimos.

A defesa conduziu o depoimento para destacar os pontos por onde Ronaldo passou naquela noite e madrugada. Ao relembrar os pontos onde aconteceram todos os crimes, os advogados questionavam o réu, que sempre afirmava estar em um outro local no horário apontado.

Durante a manhã, o réu ainda relembrou o período de nove meses em que esteve preso. Emocionado, ele citou a família, que o apoiou durante a reclusão.

“A minha família é o que me sustenta, vocês não têm ideia do que eu passei. Passei nove meses preso sem saber o por quê”, contou. Ele disse ainda que lamenta pelo o que a filha teve que passar: 'Ela perguntou: o papai não me ama mais? Por que ele não volta para casa?'.

O júri seguirá ouvindo os policiais acusados durante o sétimo dia de julgamento. Para o advogado de defesa, Sabino Sá, a mostra de onde estavam os réus é parte importante do caso.

“O policial demonstra por onde a viatura passou. Neste caso, das três viaturas que estão hoje no banco dos réus, eles estão demonstrando que a viatura não passou no local onde ocorreram os crimes. As potagens são claras quando não demonstram de forma alguma que as viaturas passaram por local de crime.”

Com informações da repórter Jéssika Sisnando

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