Chacina do Curió: segunda testemunha é sobrevivente que levou oito tiros

A segunda vítima, ouvida na tarde desta terça-feira, 20 de junho, é uma de 20 testemunhas no julgamento que deve se estender até o dia 23 de junho

A segunda testemunha no primeiro julgamento de PM acusados pela Chacina da Grande Messejana, popularmente conhecida como chacina do Curió, Edis Machado, foi ouvida por volta das 16 horas desta terça-feira, 20. Na noite da matança, ele foi agredido por criminosos e atingido por oito tiros, nas costas, na perna e na cabeça.

Ao todo, 20 testemunhas, das quais sete são sobreviventes, serão ouvidas durante o julgamento de quatro dos 33 réus acusados da matança no dia 12 de novembro de 2015. A primeira testemunha já foi ouvida na tarde desta terça. Estima-se que o julgamento deve se estender até o dia 23 de junho.

O relato de Edis Machado

Pai de quatro filhos, Edis morava há 10 anos no bairro e nunca teve envolvimento com a polícia. Na noite do dia 12 de novembro de 2015, ele estava em casa quando ouviu os gritos de uma jovem e foi até a rua para ver o que havia acontecido quando encontrou jovens feridos e mortos, entre eles três homens os quais ajudou a socorrer, colocando-os na carroceria de um carro.

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O veículo no qual Edis estava se deslocava próximo à rotatória da rua Lucimar de Oliveira, quando passou por bloqueio realizado por um grupo de 50 homens encapuzados. Como descrito pela denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), o motorista da caminhonete teria ligado o pisca-alerta ao passar pelo grupo. Posteriormente, foi apurado que o pisca-alerta era um código usado pelos criminosos para identificação entre si.

Apesar de inicialmente conseguirem passar pelo grupo, eles foram depois interceptados por homens em motocicletas que buzinavam insistentemente. Temendo que eles tivessem voltado para "terminar o que aconteceu", Edis pulou do carro em movimento e fugiu para uma churrascaria.

Ele foi encontrado e espancado pelos criminosos, que lhe faziam exigências para saber o paradeiro do assassino do soldado Valterberg Chaves Serpa, às quais ele respondeu que não sabia. Com isso, tentaram colocá-lo em um carro.

Edis conseguiu se desvencilhar e fugir, mas os criminosos então passaram a atirar contra ele. Ao todo, ele foi atingido por oito disparos e ficou desacordado. Edis foi socorrido por uma ambulância e passou 32 dias no hospital e mais oito meses sem trabalhar. Até hoje, ele tem sequelas da noite da chacina.

Com informações do repórter Lucas Barbosa

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