Chacina do Curió: quarta testemunha em julgamento sobreviveu por se esconder debaixo de carro

A sobrevivente é a primeira testemunha de acusação e foi ouvida nesta terça-feira, 20, durante o julgamento de quatro réus acusados pela Chacina da Messejana

A primeira testemunha de acusação e quarta no julgamento de quatro réus na Chacina do Curió foi ouvida na noite desta terça-feira, 20 de junho. Ela é uma das 20 testemunhas no julgamento que deve acontecer durante os próximos dias.

Visivelmente emocionada, Thayná de Lima, que sobreviveu após conseguir se esconder dos assassinos embaixo de um carro, começou a ser ouvida às 18h15min desta terça, durante a oitava hora de duração da sessão.

O relato de Thayná

Às 23 horas do dia 12 de novembro, Thayná estava na calçada de casa acompanhada de seu irmão, Cícero de Paulo Teixeira Filho, seu irmão, Jardel Lima dos Santos, seu primo, Alef Souza Cavalcante, Pedro Alcântara e Alisson Inácio Cardoso. Além dela, só Cícero sobreviveria à chacina.

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Eles ouviram os barulhos dos carros se aproximando e cogitaram entrar em casa, mas não o fizeram. Os carros pararam em frente à casa de Thayná e deles saíram mais de dez homens encapuzados dizendo: "É a Polícia, mão na cabeça".

Em seguida, perguntaram “Cadê?” Eles, no entanto, não entenderam a que os criminosos se referiam. A inquisição é reverberada por outro depoimento ouvido nesta terça-feira, 20, nos quais homens encapuzados perguntam pelo paradeiro do assassino do soldado Valterberg Chaves Serpa.

Pensando que a abordagem era somente com os outros, Thayná tentou se afastar do grupo, mas foi impedida por um dos criminosos, que lhe disse: "Volte para o canto, ou você vai morrer mais cedo".

“Já que vocês não sabem, então ajoelhem”, os criminosos disseram em seguida, e passaram a disparar. Em depoimento, Thayná disse que foram muitos tiros, como se todos estivessem atirando.

"Quando eles atiraram, eu corri. Olhei para trás e vi um homem atirando contra mim", disse. Thayná conseguiu escapar dos assassinos correndo em direção à outra rua e se escondendo debaixo de um carro. Depois disso, ela ligou para os pais.

Por causa da chacina, Thayná lida com depressão e ansiedade desde então. "Tento evitar falar o máximo possível. Não por não querer ajudar, mas porque não querer reviver," disse em depoimento.

Com informações do repórter Lucas Barbosa

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