Loja da Zara em Fortaleza tem denúncia de racismo: o que se sabe até agora

Delegada da Polícia Civil do Ceará foi impedida de entrar na loja Zara, do shopping Iguatemi, em Fortaleza. Mandado foi cumprido hoje, 20, no local. Confira o que se sabe até agora

A delegada Ana Paula Barroso, diretora adjunta do Departamento de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV) da Polícia Civil do Ceará, denunciou que foi alvo de racismo na loja Zara, do shopping Iguatemi, em Fortaleza. O crime foi registrado ontem, 19, após relato da vítima ter sido barrada na entrada do estabelecimento pelo gerente do local “por questões de segurança”.

Ela fazia um passeio no shopping e tinha sacolas de outra loja e um sorvete na mão, quando decidiu entrar na loja. Por isso, a delegada pensou que o problema era o doce que estava comendo, mas foi logo informada de que esse não era o caso.

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Ao ter sua entrada impedida, Ana Paula cogitou declarar voz de prisão ao funcionário no mesmo momento, mas seu estado choroso, de choque e consternação a impediu de fazer o ato. Ela conta que ainda questionou um segurança do shopping sobre o ocorrido e ele acionou o chefe de segurança do local, que a reconheceu como delegada.

Neste momento, a vítima adentrou na loja com o chefe da segurança, que indagou o funcionário sobre o que havia acontecido. "Ele foi logo dizendo que não tinha preconceito e que tinha amigos negros, gays e lésbicas", disse a delegada Ana Claudia. Para a profissional, a fala só reafirma o preconceito.

A descrição do estado da vítima e da ocorrência foram efetuados pela delegada Ana Claudia Nery da Silva, responsável pelo inquérito policial.

Loja da Zara em Fortaleza é alvo de mandado de busca e apreensão

Ana Paula fez um Boletim de Ocorrência Eletrônico (B.O) e a Polícia Civil pediu as imagens internas do shopping. O estabelecimento cedeu, mas a loja Zara não. A delegada Ana Cláudia disse que enviou um ofício, mas não obteve resposta, de modo que a Polícia Civil pediu o mandado de busca e apreensão, ato concedido pela Justiça e cumprido hoje, 20 de setembro.

A delegada Ana Paula relata que a movimentação em torno do caso foi possível porque ela conhece as ferramentas para denúncia, não por causa da função que ocupa na Polícia Civil. Um vídeo do momento da entrada da Polícia na loja foi gravado. Clique aqui para assistir ou no player abaixo.

 

O que diz a Zara sobre a denúncia de racismo em loja de Fortaleza

Segundo assessoria de comunicação da Zara, o que motivou a abordagem não teria sido o racismo, mas os protocolos de segurança contra Covid-19 porque a cliente não estaria usando máscara quando foi barrada pelo gerente.

Assessoria informa também que a empresa não disponibiliza as imagens de segurança porque os equipamentos e a filmagem foram apreendidos pela Polícia.  A Zara reforça ainda que não tolera qualquer forma de discriminação. 

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