Após seis meses de queda, homicídios voltam a crescer no Ceará em agosto

No último mês, 281 assassinatos foram registrados no Estado, aumento de 6% na comparação com agosto de 2020. Alta foi puxada pelo Interior Norte, diz secretário

Seis meses depois, os assassinatos voltaram a crescer no Ceará, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). No último mês de agosto, 281 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) foram registrados no Estado, enquanto em agosto de 2020 esse número foi de 260. Desde janeiro, um mês no Ceará não registrava aumento no número de assassinatos na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em áudio enviado pela assessoria de imprensa da SSPDS, o secretário Sandro Caron afirmou que, em agosto, as forças de segurança precisaram priorizar o combate à criminalidade na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o que levou a uma queda de 20% no número de CVLIs nesses municípios. Ele afirmou, porém, que houve uma migração de alguns criminosos para outras partes do Estado, em especial, para o Interior Norte, região que, conforme ele, foi a principal responsável por impactar os números gerais. Os municípios da região Norte registraram 76 homicídios em agosto, enquanto, em 2020, esse número havia sido de 55. 

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"Importante mencionar que reforços da Polícia Militar, através de forças especializadas, como o Raio (Comando de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) e o Cotar (Comando Tático Rural), já foram enviados a esses municípios que têm maiores números de homicídios", disse Caron. "Também a Polícia Civil recebeu a determinação de deslocar reforços para algumas áreas que apresentaram aumento de homicídios e já estamos trabalhando para conter essa alta no Interior Norte".

Na Capital, a região mais problemática em agosto foi a Área Integrada de Segurança (AIS) 3, onde se concentram bairros como Messejana, Jangurussu e Conjunto Palmeiras. Foram 24 assassinatos registrados na região no último mês, pior resultado de uma AIS da Capital desde junho de 2020, quando também 24 assassinatos foram registrados na AIS 8, que engloba bairros como Barra do Ceará, Pirambu e Vila Velha.

O POVO já mostrou que a região da Grande Messejana enfrenta uma guerra provocada por um racha na facção criminosa Comando Vermelho (CV). Conforme investigações da Polícia Civil, mais de 10 homicídios haviam sido associados ao conflito somente nos dez primeiros dias de agosto. Entre os crimes, um duplo homicídio ocorrido, em 5 de agosto, no bairro Curió, que vitimou Carlos Henrique Araújo Falcão e Antônio Régis Almeida Dias. Também foram registradas expulsões de moradores na região em decorrência do conflito entre CV e “Neutros”. Até a última segunda-feira, 13, mais recente atualização disponibilizada pela SSPDS, seis CVLIs haviam sido registrados na AIS 3.

Por outro lado, Caucaia, na RMF, outro foco do confronto causado pela dissidência, registrou queda no número de assassinatos. Agosto foi o mês com menos homicídios no Município neste ano, com 14 mortes.

Setembro, porém, registra, até aqui, aumento na violência. Até o último dia 13, 130 CVLIs haviam sido registradas no mês em todo o Estado. A média de 10 homicídios por dia chega a ser maior que a observada em agosto, quando a média foi de nove assassinatos por dia.

Apesar disso, o ano de 2021 segue apresentando resultados melhores que 2020. Até agosto, 2.143 CVLIs haviam sido registrados no Estado contra 2.802 do mesmo período do ano passado. Os números, porém, continuam inferiores ao observado em 2019, ano menos violento da década no Ceará. Nos oito primeiros meses daquele ano, 1.448 CVLIs haviam sido registrados no Estado.

Os CVLIs reúnem homicídios dolosos, feminicídio, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

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