Os primeiros minutos da tragédia no Edifício Andréa

Um prédio residencial localizado na rua Tibúrcio Cavalcante, nº 2405, no bairro Dionísio Torres, desabou na manhã desta terça-feira, 15 de outubro, em Fortaleza

21:21 | Out. 15, 2019

Equipe de resgate dos bombeiros trabalha nos escombros (foto: Mauri Melo)

Relógios marcavam 10h28min quando os sete andares do Edifício Andréa, no bairro Dionísio Torres, desmoronaram. Os escombros atingiram ainda um caminhão de entrega de água e um mercadinho. Os sinais do tamanho da tragédia começavam a aparecer minutos depois, quando, ainda a caminho do local, equipe do O POVO Online encontrou viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar (PMCE) seguindo em direção ao bairro Dionísio Torres.

Por volta de 10h45min, as ruas Tomás Acioli e Tibúrcio Cavalcante já estavam com bloqueios de tráfego e moradores da região eram retirados por agentes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Naquele instante, menos de 20 minutos após o desabamento, cerca de 10 viaturas já estavam no local, com policiais e bombeiros.

Ao fundo, o cenário era desolador. Grandes paredes de concreto formavam um amontoado em meio à poeira que se espalhava pelas ruas da região. Vizinhos e familiares dos moradores do edifício choravam e eram consolados por outras pessoas que chegavam no local em busca de informações. A cada resgate, os socorristas eram aplaudidos por quem acompanhava o trabalho.

Sobre os escombros, bombeiros já tentavam ouvir pedidos de socorro e encontrar feridos. Paralelamente, nas ruas, crescia ao longo do dia o sentimento de solidariedade. Moradores ofereciam água a socorristas, que descansavam por alguns instantes na área do isolamento. Motociclistas e seguranças da região ajudavam os profissionais de saúde a carregar macas.

Prédios em construção tiveram as obras suspensas, comércios e lojas do entorno – sem energia elétrica – suspenderam atividades para atender pedido dos bombeiros, que precisam de silêncio para ouvir pedidos de ajuda.

Desde as 10h28min desta terça-feira, 15, o cenário no cruzamento das ruas Tomás Acioli e Tibúrcio Cavalcante mudou diversas vezes. Para quem acompanhou desde os primeiros instantes, a confusão inicial deu lugar a um esquema de eficaz resgate das vítimas. Contudo, algo permaneceu ao longo do dia: a mistura de choque e incredulidade daqueles que viam o prédio em ruínas.