Obra da usina de dessalinização da Caucaia é retomada após 7 anos

Obra da usina de dessalinização da Caucaia é retomada após 7 anos

A construção no bairro do Pacheco recebe investimento de R$ 14 milhões. Previsão é que equipamento deva abastecer 12 mil famílias com água potável
Atualizado às Autor Lorena Frota Tipo Notícia

A Usina Dessalinizadora de Água do Mar, na Praia do Pacheco, em Caucaia (CE), foi retomada após sete anos.

Agora está em fase de finalização de pavimentação externa e de instalação da parte submersa para captação de água do mar e emissão de rejeitos. A parte elétrica também está em etapa de ajustes.

Pelo projeto, a usina deve produzir diariamente cerca de 1,2 milhão de metros cúbicos (m³) de água potável, beneficiando cerca de 12 mil famílias

O investimento aproximado é de R$ 14 milhões no empreendimento, com R$ 10,9 milhões em recursos do Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

Localizado no bairro Pacheco, o equipamento ocupa uma área de 3.500 metros quadrados (m²) e está sendo executado pelo Consórcio Wai Seta Caucaia, formado pelo grupo espanhol Seta PHT (Sociedad Española de Tratamiento de Agua, S.L.) e pela empresa brasileira Wai Life Soluções Ambientais Ltda.

Segundo a Prefeitura de Caucaia, a obra foi retomada em 26 de setembro deste ano, após paralisação em 2018 ainda na primeira gestão do atual prefeito Naumi Amorim (PSD). 

Porém, conforme O POVO apurou em visita ao local da usina, no dia 7 de novembro, não foi vista movimentação de trabalhadores, nem maquinário, apenas um vigia no terreno.

Inclusive, não havia placa de identificação obrigatória conforme a Lei federal 5.194/66 (art. 16). Além disso, materiais como anéis de concreto e canos estavam próximos ao mar, aparentemente sem utilização.

Tentativa de entrevista foi realizada com a Secretaria Municipal de Infraestrutura de Caucaia, mas não houve retorno sobre o andamento do projeto até o fechamento desta matéria.

Também ao O POVO, a secretária de Relações Internacionais do Ceará (SRI), Roseane Medeiros, que visitou o local na última terça-feira, 9 de dezembro, e explica que o projeto é fruto de articulações de aproximação com empresas estrangeiras especializadas em soluções ambientais.

Segundo Roseane, o processo utilizado na usina de Caucaia é chamado de osmose reversa. Essa tecnologia utiliza uma forte pressão como “filtro de alta precisão”, na qual a água atravessa membranas especiais capazes de reter o sal e outras impurezas químicas. O resultado é a transformação da água salgada em água doce própria para o consumo humano.

Reutilização da salmoura 

A visita técnica realizada pela SRI ocorreu devido à parceria do projeto com a universidade holandesa NHL Stenden, responsável pelo projeto de tecnologia de água SmartBrine, que estuda estratégias de valorização da salmoura em sistemas de osmose reversa (SWRO).

Para evitar a contaminação, o projeto estuda a utilização dos recursos descartados em agentes desinfectantes, ácidos cáusticos, insumos para tratamento de água, fertilizantes, ração animal, cimento e na produção de energia.

Conforme informações da universidade, o objetivo é monitorar o descarte da salmoura (impurezas químicas da água-marinha) para reduzir os impactos ambientais na região costeira.

O tipo de processo implantado em Caucaia deve produzir mais de 4,5 milhões de m³ de salmoura, que serão lançados novamente ao oceano.

A iniciativa também tem parceria com a empresa holandesa Haskoning e da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

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