Pacatuba busca reverter saída da Heineken do Ceará
Município tenta manter operação da Heineken e diz não ter sido informado sobre motivos logísticos nem sobre o impacto real nos empregos locais
A Prefeitura de Pacatuba confirmou que segue em tratativas com a Heineken e com o Governo do Ceará para tentar reverter o encerramento das atividades da unidade instalada no município.
A decisão da multinacional ocorre no contexto de mudança na estratégia nacional de centralizar a produção no Nordeste na fábrica de Igarassu (PE), que passou por ampliação recente, recebeu R$ 1,2 bilhão em investimentos e criou 130 novas vagas permanentes.
Em nota oficial, a gestão municipal afirma que tem buscado “todas as alternativas possíveis de diálogo, articulação institucional e negociações” desde que foi informada da intenção de fechamento da planta.
O município reforça não ter interesse na saída da empresa, reconhecida como uma das principais geradoras de emprego e renda locais.
“A Prefeitura de Pacatuba informa que, desde que tomou conhecimento da intenção de encerramento das atividades da unidade da Heineken no município, vem buscando todas as alternativas possíveis de diálogo, articulação institucional e negociações para tentar reverter essa decisão e garantir a permanência da indústria em nosso território”, diz o texto.
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A administração também ressalta que a decisão é “estratégica da multinacional, em nível nacional”, e por isso foge à competência direta do Município.
Conforme a própria Prefeitura, a Heineken não informou detalhes sobre sua estratégia logística que motivou a escolha de Igarassu como polo produtivo, tampouco repassou dados sobre o número de empregos diretos que seriam afetados em Pacatuba.
A gestão municipal explica que parte significativa dos trabalhadores da unidade vem de outras cidades e até de outros estados, por decisão da própria empresa, o que dificulta precisar o impacto exato sobre a mão de obra local.
“Sobre a estratégia da empresa, a ida para Igarassu ou planejamento logístico, não fomos informados pela empresa. Como também não nos passou dados exatos dos empregos diretos aos pacatubanos”, diz a Prefeitura.
“Por se tratar de multinacional, muitos funcionários que atuavam na Heineken de Pacatuba são de outras cidades/estados que a própria empresa designou para operarem nesta unidade.”
Mesmo sem todos os números, a Prefeitura afirma que permanece em diálogo permanente com a companhia e com o Governo do Estado para “minimizar os impactos sociais e econômicos para a população”.
Entenda a saída da Heineken do Ceará
O POVO noticiou o fechamento repentino da unidade fabril da Heineken em Pacatuba, no Ceará, como parte de uma reestruturação industrial que visa concentrar as operações no Nordeste, mais especificamente em Pernambuco.
A decisão pegou de surpresa tanto os funcionários quanto o Governo do Ceará.
Uma ex-funcionária, que não quis se identificar e estava na hora do comunicado de fechamento da empresa, detalhou a velocidade do processo de demissão ocorrido no mesmo dia do anúncio.
A Heineken, por sua vez, afirmou ter oferecido um plano de realocação para 25 trabalhadores e um pacote de suporte ampliado para os demais desligados, destacando ainda o investimento de R$ 1,2 bilhão na expansão da cervejaria em Igarassu (PE).
Em entrevista exclusiva, o governador Elmano de Freitas (PT) lamentou o impacto negativo da decisão, confirmando que não houve aviso prévio e classificando o movimento como uma lógica de concentração empresarial.
Apenas dezessete pessoas permaneceram temporariamente na unidade para realizar a transferência de insumos, e não há previsão de outra empresa ocupar o espaço.
Conforme O POVO apurou, cerca de 100 empregados foram atingidos, sem contar os terceirizados.
Após risco de intoxicação, 60 mil garrafas de bebidas são apreendidas no Ceará | O POVO NEWS
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