Tarifaço menor amplia o volume exportado para os EUA sem imposto

Tarifaço menor amplia para 26% o volume exportado para os EUA sem imposto, diz Alckmin

Principal beneficiado pela medida de Trump foi o suco de laranja brasileiro, mas distorções permaneceram como no caso do café
Atualizado às Autor Armando de Oliveira Lima Tipo Notícia

A retirada de 10% na alíquota de exportação pelos Estados Unidos de diversos produtos da pauta de exportação brasileira fez com que o volume exportado aos Estados Unidos sem imposto fosse ampliado de 23% para 26%.

“O Brasil exportou para os Estados Unidos, ano passado em números redondos, US$ 40 bilhões. Desses US$ 40 bilhões, 23% estavam zerados. Não tinha alíquota. Isso passou para 26% com essa decisão publicada ontem”, explicou Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Ele concedeu entrevista no fim da manhã deste sábado, 15, quando classificou a medida anunciada pelo governo americano como positiva.

O principal produto beneficiado, afirmou, foi o suco de laranja brasileiro. O item correspondeu a US$ 1,9 bilhão em exportação do Brasil para os Estados Unidos e teve a tarifa zerada após a publicação da ordem executiva pela Casa Branca.

Distorções continuam

Alckmin, no entanto, reconheceu que as distorções persistem na relação comercial entre os dois países, especialmente quando se observa a taxação sobre o café brasileiro.

Isso porque a retirada dos 10% sobre as tarifas foi feita a todos os produtores de café que vendem para os americanos e beneficiou especialmente o Vietnã, cuja tarifa saiu de 20% para zero.

 

“Realmente, no caso do café, não tem sentido. Ainda é alta uma alíquota de 40%. E o Brasil é o maior fornecedor de café para os Estados Unidos, especialmente o arábica”, reconheceu.

Ele ponderou ainda que a concorrência com o Vietnã se dá de forma diferente porque os cafeicultores asiáticos enviam o café conilon e robusta para os americanos.

“Agora, são avanços sucessivos. Desde a primeira ordem executiva, saiu celulose e ferro níquel. Foi para zero por cento. Só a celulose representa US$ 1,7 bilhão - 4% da exportação brasileira. Zerou. Nós tivemos avanços consecutivos e temos uma avenida pela frente, de trabalho”, citou.

Fatores

Perguntado se os motivos da decisão americana correspondiam apenas à pressão interna sofrida pelo presidente Donal Trump, Alckmin disse considerar “um conjunto fatores” como responsáveis.

Nisso, citou a reunião de Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seguida pelos encontros do chanceler Mauro Vieira e do secretário de Estado Marco Rúbio, além das ações da iniciativa privada.

Taxação

Alckmin explicou que, desse total “em números redondos” já calculado pelo governo, as taxações pelos Estados Unidos funcionam da seguinte forma:

  • 42% dos US$ 40 bilhões têm taxação entre zero e 10%
  • 24% dos US$ 40 bilhões dizem respeito à chamada seção 232 e correspondem a aço, alumínio e
  • cobre, os quais continuam com 50% de taxação em todo o mundo
  • 33% dos US$ 40 bilhões tiveram redução de 10% pela última ordem executiva

“Esses 33% é que é o problema”, acrescentou Alckmin, afirmando que “40% ainda é alto” e prometeu “todo o empenho é para reduzir mais ou excluir totalmente (o imposto de importação americano), como foi o caso do suco de laranja.”

"Tarifaço": Brasil apresenta contraproposta aos EUA e vê chance de acordo até dezembro | O POVO News

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