Pecém negocia mais duas novas rotas marítimas internacionais
Porto ainda projeta fortalecimento da conexão com a Ásia e trabalha na obtenção de mais equipamentos para a operação das cargas
O Porto do Pecém negocia para ter duas novas rotas marítimas inéditas em conexão com o Ceará. Um destino envolve a Europa, como revelou com exclusividade ao O POVO André Magalhães, diretor comercial da Cipp SA - administradora do Complexo do Pecém. Já o outro segue sob sigilo.
“Estamos conversando com a Europa e namorando uma outra rota muito grande”, afirmou. Perguntado se seria um destino na Ásia, ele disse que não pode revelar por questões de confidencialidade nas negociações.
As novas conexões reforçam as possibilidades para que o Pecém continue batendo recordes de movimentação, como acontece ano após ano.
De janeiro a agosto de 2025, o crescimento na movimentação de contêineres saltou 37% quando comparado ao ano anterior. Já a movimentação geral chegou a 13 milhões de toneladas - alta de 7%.
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Para a segunda metade do ano, acrescentou Magalhães, as janelas de atração estão mínimas devido ao período de safra das frutas frescas.
O Ceará é o principal exportador do produto, enviando a produção local de melão e melancia, além de manga e uvas do Vale do Parnaíba.
Fortalecimento do serviço da Ásia a partir do Ceará
Responsável por 15% do total movimentado no Pecém, a rota para a Ásia, atualmente, é considerada uma das principais responsáveis pela expansão das atividades do Porto.
Na prática, a conexão reduziu de 60 para 30 dias o tempo de trânsito das cargas e atraiu mais negócios.
O navio que faz o trajeto tem escalas em Busan, Qingdao, Shanghai, Ningbo, Yantian e Singapura, e segue de volta para a Ásia passando pelo Cabo da Boa Esperança, como detalha o Complexo do Pecém.
“Esse serviço da Ásia, que começou com a maior carga, cerca de 90%, não pertencia ao Estado. Era carga de transbordo. Hoje, está em 70%. Ou seja, a nossa economia, todo o Nordeste já está começando a pegar o navio para exportar e importar”, destaca o diretor comercial da Cipp SA.
Mais equipamentos
Para dar suporte à movimentação crescente, André Magalhães contou que o Porto deve ter novos equipamentos de movimentação, incluindo guindastes. A negociação é com a APM Terminals, segundo ele, que tem exclusividade na operação de contêineres do Pecém.
“Inclusive, a empresa já está comprando equipamentos para chegar em 2028. Mas a gente está vendo se consegue adiantar algo porque a demanda está muito alta”, observa.
Hoje, a APM Terminals - braço logístico da multinacional dinamarquesa Maersk - conta com três guindastes do tipo RTG (guindastes do tipo pneu de borracha), conhecidos como empilhadores de contêiner e que atuam no pátio de cargas.
Além destes, há também mais três equipamentos do tipo STS (navio para terra, da sigla em inglês), com altura de 89 metros e capazes de fazer 30 movimentos por hora.
O Pacto pelo Pecém | Raio X
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