ArcelorMittal compra Siderúrgica do Pecém por US$ 2,2 bilhões

O fechamento da transação está sujeito a aprovações corporativas e regulatórias. A decisão final está prevista para ocorrer até dezembro.

A ArcelorMittal revela ao mercado a conclusão da assinatura do contrato da compra da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) por US$ 2,2 bilhões.

O fechamento da transação está sujeito a aprovações corporativas e regulatórias, incluindo o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A decisão do órgão está prevista para ocorrer até dezembro de 2022.

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A assinatura do contrato foi divulgada na manhã desta quinta-feira, 28 de julho, e revelada em primeira mão pelo jornalista Jocélio Leal.

Conforme anúncio da transação entre as empresas, além do valor da compra, a negociação entre as empresas destaca a identificação de US$ 50 milhões em sinergias identificadas, entre as quais estão a aquisição e otimização de processos operacionais por ambas as companhias. 

A Siderúrgica do Pecém é definida pela compradora como uma operação de classe mundial, sendo sua aquisição considerada estratégica pela ArcelorMittal. Linha de produção é a quarta maior do mundo e emprega 22 mil pessoas de forma direta e indireta no Estado.

"A CSP produz placas de alta qualidade e é competitiva em termos de custo, garantindo que seus produtos sejam competitivos internamente e para exportação", destaca Aditya Mittal, CEO da compradora.

Um dos focos da ArcelorMittal para a Companhia Siderúrgica do Pecém, após a finalização da compra, é aumentar o potencial de exportação da unidade
Um dos focos da ArcelorMittal para a Companhia Siderúrgica do Pecém, após a finalização da compra, é aumentar o potencial de exportação da unidade (Foto: Divulgação CSP)

A localização do ativo em anexo ao Porto do Pecém, bem como operação consolidada na primeira Zona de Processamento de Exportação do Brasil (ZPE), além dos incentivos fiscais conquistados com o Estado do Ceará foram pontos de destaque durante a decisão da compra. 

Entre as razões para compra, a ArcelorMittal destaca que a partir da incorporação da CSP em seu portfólio de negócios, pretende "capitalizar o significativo investimento de terceiros planejado para formar um hub de eletricidade limpa e hidrogênio verde em Pecém".

O que acontecerá com a Siderúrgica do Pecém após a finalização da venda para a ArcelorMittal?

Uma das metas após a finalização da compra é aumentar em 3 toneladas a capacidade de produção da Siderúrgica do Pecém, garantindo a qualidade e o custo competitivo. A ArcelorMittal reitera identificar na CSP um "potencial para fornecer placas intragrupo ou vender para as Américas do Norte e do Sul".

Para além disso, a multinacional espera aumentar o domínio de mercado nacional da CSP e, a partir de reformulações na planta de produção do Pecém, "permitir novas expansões da Companhia, como a opção de adicionar capacidade de siderurgia primária, incluindo ferro reduzido direto, e capacidade de laminação e acabamento".

Em um curto prazo, a meta da ArcelorMittal é continuar abastecendo a base de clientes da CSP nas Américas do Norte e do Sul enquanto reestrutura a produção para uma escalada global de exportação. "O potencial e as opções que ela oferece no médio e no longo prazo são o que torna esta aquisição tão empolgante", afirma Aditya.

Produção de placas de aço na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deve ter aumento de 3 toneladas após compra da unidade pela ArcelorMittal
Produção de placas de aço na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) deve ter aumento de 3 toneladas após compra da unidade pela ArcelorMittal (Foto: Divulgação/CSP)

"À medida que continuamos a desenvolver as nossas capacidades downstream dos nossos negócios na região NAFTA e no Brasil no médio prazo, temos a opção de a CSP se tornar um importante fornecedor de placas dentro do grupo", detalha a CEO da nova dona da Siderúrgica do Pecém.

Procurada pelo O POVO, a Companhia Siderúrgica do Pecém, por meio de sua assessoria de comunicação, afirma que não irá se manifestar sobre a negociação.

"Sobre a venda da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), cabe apenas aos acionistas e à parte interessada na compra pronunciarem-se sobre o assunto", informaram em resposta aos questionamentos feito pelo O POVO

O Complexo Industrial e Portuário do Pecém revela com exclusividade ao O POVO ter recebido com boas expectativas o acordo de venda da CSP para ArcelorMittal e deseja boas-vindas para a compradora do principal ativo do complexo.

“A CSP contribui fortemente para o desenvolvimento do Complexo do Pecém e, consequentemente, para o crescimento da economia do Ceará. Por isso, recebemos com satisfação esse acordo de aquisição da CSP pela ArcelorMittal, uma empresa global que poderá trazer novos investimentos e também contribuir com o nosso hub de hidrogênio verde”, afirma Danilo Serpa, presidente do Complexo do Pecém. 

Aumento da sustentabilidade da CSP

Os projetos de longo prazo incluem dobrar a capacidade de produção de placas da CSP e adicionar esteiras para laminação e acabamento com emissões de baixo carbono”.

“Na CSP, estamos adquirindo um negócio moderno, eficiente, estabelecido e rentável, que irá melhorar ainda mais a nossa posição no Brasil e agrega valor imediato à ArcelorMittal", pontua Aditya Mittal.

No anúncio da assinatura do contrato de venda, ela destaca ainda que há um "potencial significativo" para mudar a matriz energética utilizada na CSP e reitera a busca por uma expansão da produção de maneira mais sustentável.

"Existe um potencial significativo para descarbonizar o ativo, dada a ambição do estado do Ceará de desenvolver um hub de hidrogênio verde de baixo custo e o enorme potencial que a região tem para a geração de energia solar e eólica", complementa.  

*Com colaboração do repórter Samuel Pimentel

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