Estrela engoliu planeta? Telescópio da Nasa traz reviravolta ao fenômeno
Nova análise do telescópio James Webb revela que planeta não foi devorado abruptamente por estrela, mas caiu lentamente após órbita encolher
O Telescópio Espacial James Webb, da Nasa, revelou uma reinterpretação surpreendente de um fenômeno astronômico que, inicialmente, parecia uma verdadeira "cena de crime cósmica". Em 2020, astrônomos haviam registrado, pela primeira vez, o que interpretaram como a absorção de um planeta por sua estrela hospedeira.
Naquele ano, os pesquisadores direcionaram seus instrumentos para uma estrela situada na Via Láctea, a aproximadamente 12 mil anos-luz da Terra. Com base nas evidências observadas, sugeriram que uma estrela semelhante ao Sol teria engolido um planeta com massa inferior a dez vezes a de Júpiter.
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No entanto, novas observações conduzidas com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb revelaram uma "reviravolta surpreendente": o planeta não foi subitamente devorado pela estrela.
Em vez disso, os dados indicam que sua órbita foi se reduzindo gradualmente ao longo de milhões de anos, até que o corpo celeste mergulhou, inevitavelmente, na atmosfera da estrela, sendo então completamente absorvido.
Primeira observação direta do fenômeno
Embora os cientistas já tivessem identificado diversas estrelas gigantes vermelhas e teorizado que muitas delas consumiriam planetas em órbitas próximas, esse processo nunca havia sido documentado diretamente até recentemente.
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Em 2023, pesquisadores anunciaram a descoberta de uma estrela em estágio avançado de sua evolução que havia se expandido e englobado um planeta, possivelmente com dimensões comparáveis às de Júpiter. A conclusão inicial foi de que a estrela teria crescido e absorvido o planeta em um evento catastrófico.
Hipótese descartada após "autópsia estelar"
No entanto, com a ajuda do Webb — fruto da colaboração entre Nasa, ESA (Agência Espacial Europeia) e CSA (Agência Espacial Canadense) — uma equipe científica realizou uma espécie de "autópsia estelar" e reinterpretou os dados.
A análise revelou que a estrela manteve seu tamanho relativamente constante, e que o planeta, em vez de ser atraído abruptamente, foi se aproximando gradualmente ao longo de milhões de anos.
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Essa lenta decadência orbital levou o planeta a penetrar, pouco a pouco, a atmosfera externa da estrela até ser completamente assimilado. Ou seja, o planeta essencialmente caiu por conta própria na estrela, em um processo prolongado e previsível — e não como resultado de uma expansão estelar súbita.
As novas conclusões foram publicadas no The Astrophysical Journal e indicam que o evento deve ser interpretado mais como um colapso orbital do que como um ataque estelar. Em suma, neste cenário cósmico, o planeta não foi "vítima" de um ato violento, mas protagonista de um mergulho inevitável rumo à destruição.