Empresa quer ressuscitar mamutes e outros animais extintos; entenda
A ciência avança para reviver espécies extintas. A Colossal Biosciences lidera o projeto para trazer o mamute-lanoso de volta à vida
Imagine ficar cara a cara com um mamute — um animal extinto que se pensava estar perdido no tempo. Esse cenário pode não pertencer mais à ficção científica, já que a startup Colossal Biosciences Inc. está liderando um projeto para trazer o mamute-lanoso de volta à vida.
A empresa, sediada em Dallas e em Boston, nos EUA, está fazendo progressos em descobertas científicas rumo à "desextinção", ou seja, trazer de volta espécies extintas, como o mamute, o lobo-da-tasmânia e o dodô.
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Desde o lançamento do projeto em setembro de 2021, a Colossal Biosciences levantou US$ 200 milhões em financiamento total. A captação de renda mais recente elevou a avaliação da empresa para US$ 10,2 bilhões. Ela pretende utilizar essa injeção de recursos para continuar avançando em suas tecnologias de engenharia genética.
Ressurreição de espécies: complicações durante o processo
As equipes engajadas no projeto estão lidando com alguns dos desafios mais complexos da Biologia, incluindo:
- Mapeamento de genótipos para características e comportamentos;
- Compreensão dos processos de desenvolvimento para fenótipos, como formato do crânio, formação de presas e padrões de coloração da pelagem;
- Desenvolvimento de novas ferramentas para engenharia do genoma.
"Desextinção": acompanhamento e avanços com os mamutes
O primeiro passo em cada projeto de "desextinção" é recuperar e analisar material genético preservado e usar esses dados para identificar os principais componentes genômicos de cada espécie.
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A empresa continua a impulsionar avanços no estudo de DNA antigo por meio do suporte a laboratórios acadêmicos e de pesquisa científica interna. As três espécies principais no empreendimento – mamute, lobo-da-tasmânia e dodô – já possuem dados específicos em estudo.
Como exemplo, a Colossal Biosciences agora detém os genomas antigos mais completos e detalhados até o momento para cada um desses animais extintos. Os genomas servem como base para o projeto das características essenciais dessas espécies.
Até o momento, os cientistas da Colossal afirmam ter alcançado avanços significativos em cada etapa do projeto para as três espécies emblemáticas.
Nos últimos três anos, o primeiro grande projeto da Colossal, o do mamute-lanoso, gerou novos recursos genômicos, fez avanços na biologia celular e engenharia genética e explorou o impacto ecológico da desextinção, com implicações para mamutes, elefantes e diversas outras espécies de vertebrados.
Ressurreição de espécies: equipe
A Colossal Biosciences emprega mais de 170 cientistas e faz parcerias com laboratórios em Boston, Dallas e Melbourne, na Austrália.
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Além disso, patrocina mais de 40 acadêmicos de pós-doutorado em tempo integral e mantém programas de pesquisa em 16 laboratórios parceiros, localizados em algumas das universidades mais prestigiadas do mundo.
O conselho consultivo científico da Colossal cresceu para incluir mais de 95 dos principais cientistas atuantes em áreas como genômica, DNA antigo, ecologia, conservação, biologia do desenvolvimento e paleontologia.
Trabalho conjunto
Atualmente, a Colossal Foundation está focada em apoiar parceiros de conservação que trabalham com novas tecnologias inovadoras aplicáveis à preservação da biodiversidade.
Além disso, a fundação busca desenvolver e implementar tecnologias genéticas que possam contribuir para a mitigação da crise de extinção global.
Ressurreição de espécies: CEO se torna bilionário após o projeto
O empreendedor Ben Lamm e o geneticista de Harvard George Church fundaram a Colossal Biosciences em 2021 visando trazer de volta animais extintos.
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Com a recente captação de bilhões de dólares, o CEO Ben Lamm se tornou bilionário, acumulando uma fortuna estimada em US$ 3,7 bilhões, segundo a Forbes.
Já Church, que começou a trabalhar no conceito muitos anos antes da criação da empresa, não possui participação acionária na Colossal.
Aos 70 anos, George Church, conhecido por suas ideias audaciosas, trabalha no sequenciamento do genoma do mamute-lanoso desde 2008. "Eu fazia parte da geração que lia Jurassic Park", disse ele em entrevista à Forbes.