Após 50 anos de casamento, homem morre dois dias depois da esposa falecer

Após 50 anos de casamento, homem morre dois dias depois da esposa falecer

Manuel Lopes foi a óbito na quinta-feira, 4, após o falecimento da esposa Maria Lopes, na segunda-feira, 1°. A filha do casal acredita que o amor dos dois transcendeu a vida terrena
Atualizado às Autor Alice Barbosa Tipo Notícia

“Existe amor além da morte”. Quem diz isso é Maria Aparecida Alves, 37, ao detalhar os acontecimentos que levaram ao falecimento de seus pais adotivos, Maria do Socorro Lopes e Manuel Lopes, que eram inseparáveis e morreram com apenas dois dias de intervalo. 

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"Eu acho que a conexão com eles dois era coisa de outra vida. Hoje, eu acredito que existe outra vida, depois da morte deles dois”, acrescenta Aparecida, filha adotiva do casal.

Eles estavam casados há 50 anos, moravam no município de Reriutaba, no interior do Ceará e haviam se distanciado por alguns dias em cidades e hospitais diferentes.

Manuel Lopes, de 75 anos, foi a óbito na quinta-feira, 4, após o falecimento da esposa Maria Lopes, de 71 anos, na segunda-feira, 1° de dezembro deste ano.

“Eles sempre foram muito parceiros um do outro, muito mesmo. Tudo que eles iam fazer era ali compartilhando um com o outro”, conta Aparecida.

Manuel esteve internado em um hospital na cidade de Sobral-CE e foi vítima de uma hemorragia e infecção generalizada após uma cirurgia de vesícula em um hospital de Fortaleza.

Enquanto isso, Maria estava hospitalizada em Reriutaba, enfrentava depressão, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e pneumonia depois de uma queda.

A filha do casal ressalta que o relacionamento de 50 anos dos dois era uma grande parceria e lealdade, sugerindo que a saúde de seu pai foi drasticamente afetada quando soube da internação da esposa.

“Ela estava doente já sem falar coisa com coisa, mas a preocupação dela com ele era uma coisa assim (impressionante) para todo mundo. Ela sempre foi muito preocupada com ele”, relata.

Maria faleceu na segunda-feira, 1°, à noite, às 19 horas, dois dias antes da morte do marido. Antes disso, segundo Aparecida, ela havia passado vários dias sem abrir os olhos nem falar nada.

“Mas aí quando foi três dias antes dela falecer, a gente ficou até achando que ela (Maria) ia voltar para casa, porque ela deu uma melhorada, abriu o olho, e ficava tentando falar. Ela chamava Manuel, Manuel, ela chamava por ele”, conta Aparecida.

A saúde de um afetava a do outro

Após contarem sobre a internação e a fratura no braço de Maria, a saúde de Manuel piorou. Ele já se sentia mal, com dores constantes, desde que voltara da cirurgia de vesícula. A família contou a ele apenas sobre a internação e a fratura, mas não sobre a morte da esposa.

“Depois que a gente contou, ele ficou sem querer mais se levantar da cama para sentar um pouquinho lá fora na sala, que ele sempre sentava. Eu percebi que ele ficou muito afetado também quando a gente falou que ela tinha quebrado o braço e que não podia operar”, recorda.

Como pais, Maria do Socorro e Manuel eram "muito bons". Aparecida relembra que "nunca (lhe) faltou nada" e que a criação foi maravilhosa.

Aparecida foi adotada com apenas três dias de nascida. O casal não teve filhos biológicos, mas criou Aparecida e sua irmã (que já faleceu).

A filha acredita que testemunhou uma relação inseparável e um amor tão grande que transcendeu a vida terrena, garantindo que os dois continuassem unidos.

“Eu tenho certeza que existe outra vida. O amor deles era tão grande que foi para outra vida, eles não eram parceiros só aqui. Eu tenho certeza que eles estão junto aonde é quer que eles estejam. Eles estão juntos. Eu sepultei os dois um do lado do outro”, completa Aparecida.

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