Povo Tremembé celebra Dia dos Povos Indígenas com palestras e atividades esportivas em Itarema

Os Tremembé estão distribuídos entre três cidades do Ceará: Itarema, Acaraú e Itapipoca. A comemoração contou com participantes de Acaraú e Itarema

Com rituais, palestras e atividades esportivas, membros do povo Tremembé realizaram na manhã desta quarta-feira, 19, um evento em comemoração ao Dia dos Povos Indígenas no aldeamento de Almofala, localizado no município de Itarema, a 210,6 km de Fortaleza. De acordo com os organizadores, cerca de 400 a 500 pessoas, de Itarema e Acaraú, eram esperadas para participarem do momento.

“Hoje, nós temos (alunos de) 11 escolas indígenas, professores, lideranças e jovens para fazer uma comemoração sobre o Dia dos Povos Indígenas”, explica Fernando Tremembé, militante e funcionário da Escola Indígena Tremembé de Tapera.

“Os jovens vão praticar algumas modalidades esportivas como: cabo de guerra, corrida com a tora, etc. Vamos ter nosso ritual sagrado, o Torém. (Também) vamos ter algumas palestras de lideranças falando da importância do movimento indígena, da organização, da união e da paz”, adiciona.

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De acordo com Fernando, o ritual Torém "é uma forma de unificar cada vez mais o povo. Quando a gente está em momentos difíceis e complicados a gente se junta para dançar o Torém. Também (fazemos) nos momentos de alegria ou de tristeza. De qualquer forma a gente faz o nosso ritual sagrado que é para unificar e fortalecer cada vez mais a cultura".

O militante ainda explica que o Torém, praticado pelos Tremembé, é diferente do Toré, ritual praticado por algumas outras etnias do nordeste do País. “O Torém canta (sobre) os animais e a alimentação. (Já) o Toré puxa mais para a questão do encantado, da Jurema.”

De acordo com o Governo do Estado, existem pelo menos 14 povos indígenas espalhados por 18 municípios do Ceará. Os Tremembé estão distribuídos entre três cidades: Itapema, Acaraú e Itapipoca.

A data foi oficializada no Brasil em 1943, durante o governo do presidente Getúlio Vargas. Inicialmente ela era chamada de "Dia do Índio", mas teve a nomenclatura alterada para "Dia dos Povos Indígenas" em 2022, após um projeto de lei (PL) de Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Para muitos, o termo “indígena” — que significa “originário”, ou “nativo de um local específico" — é uma forma mais precisa de se referir às diversas etnias que vivem no País, desde antes da colonização. “A gente não gosta que seja chamado de dia do índio, mas sim de Dia dos Povos Indígenas ou Povos Originários. Porque quem inventou o (nome) dia do índio foi a sociedade envolvente, a sociedade branca. Nós estamos tentando mudar essa versão”, diz Fernando.

O dia 19 de Abril, de acordo com o Governo do Estado, foi escolhido em alusão ao Primeiro Congresso Indigenistas Interamericano, realizado em Patzcuaro, no México, em 1940. Existe ainda uma outra data, celebrado no dia 19 de agosto, que foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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