Eusébio: policial que matou companheira, também da PM, é afastado

CGD investiga e afasta PM que matou companheira, também policial, no Eusébio

Suspeito foi preso em flagrante por crime de feminicídio após atirar contra vítima durante uma discussão dentro do veículo do casal, no dia 3 de dezembro
Atualizado às Autor Mirla Nobre Tipo Notícia

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) instaurou processo administrativo disciplinar contra o policial militar Joaquim Gomes de Melo Filho. Ele é acusado de matar a tiros a companheira, também policial militar, Larissa Gomes da Silva, de 26 anos, no dia 3 de dezembro, no Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

O agente também foi afastado da corporação militar pelo órgão. A decisão consta em uma portaria do órgão publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), nessa terça-feira, 16. O agente foi preso em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva no dia 5 de dezembro. Ele responde pelo crime de feminicídio.

De acordo com a CGD, o policial teria efetuado dois tiros contra a PM, sendo o suspeito também alvejado pela vítima. Os autos do processo apontam que a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência na avenida Santa Cecília, no Eusébio, onde o casal teria discutido e trocado tiros dentro do próprio carro.

O policial Joaquim dirigiu até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Município. No local, foi constatado o óbito da companheira e ele foi socorrido com um tiro na perna.

No interior do carro, a Perícia Forense do Ceará (Pefoce) encontrou duas armas de fogo, sendo uma em cima do banco do passageiro e outra atrás do banco do motorista. Em interrogatório, Joaquim Gomes alegou que agiu em legítima defesa após a vítima sacar uma arma durante a discussão.

O processo segue em segredo de Justiça. O caso será julgado pelo Tribunal do Júri na Vara Criminal da Comarca de Eusébio. O policial deve ser transferido para o Presídio Militar, onde permanecerá à disposição da Justiça.

PM vivia contexto de violência doméstica com suspeito

A policial militar Larissa Gomes, morta pelo companheiro, também policial, vivia um contexto de violência doméstica com o acusado. Um áudio recuperado do celular da PM revelou que ela já havia sido vítima de agressões.

No conteúdo, enviado a uma colega de trabalho, Larissa relata uma situação após uma briga de trânsito envolvendo Joaquim, que se revoltou contra ela e a agrediu com "coronhadas" de arma de fogo

"Ele deu coronhada na minha cabeça. Uma cena horrível, o sangue começou a escorrer. Eu pensei 'é agora que ele vai me matar'", desabafou a vítima na mensagem.

Conforme o áudio, obtido pelo O POVO, depois da agressão, enquanto ela estava ensanguentada, Joaquim mudou o comportamento falando que os dois iriam casar e ter filhos.

A vítima, que atuava há três anos na PM, deixou três filhos. A corporação lamentou a morte dela. “A SD Larissa era um exemplo para o 15° Batalhão. Mãe de três filhos, sonhadora, dedicada, assídua, companheira e camarada. Excelente profissional que tínhamos aqui”, disse. (Colaborou Jessika Sisnando).

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