Mulher de 61 anos é resgatada após 37 anos em situação análoga à escravidão no Crato

Mulher de 61 anos é resgatada após 37 anos em situação análoga à escravidão no Crato

Ela não tinha contato com a família, não recebia salário, férias e não possuía carteira assinada. Após o resgate, feito no dia 15 de julho passado, a vítima foi acolhida e, posteriormente, foi buscada por familiares

Uma idosa de 61 anos foi resgatada no município do Crato, na região do Cariri cearense, após viver por 37 anos em condições análogas à escravidão. O resgate aconteceu no dia 15 de julho deste ano. A ação contou com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) e com a Polícia Federal (PF).

Em entrevista à rádio CBN Cariri, nesta segunda-feira, 11, o auditor fiscal e chefe da fiscalização do trabalho no Ceará, Luís Freitas, disse que a mulher não tinha contato com a família, não recebia salário, férias e não possuía carteira assinada.

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“O grave é não ter descanso nenhum, trabalhar de 5 da manhã a 22 da noite, com um local muito pequeno para descanso. Ou seja, mal dormia, já tinha que acordar. Então, é isso que vai caracterizar porque um dos pontos do trabalho escravo é a jornada exaustiva”, disse o Freitas.

Conforme o auditor fiscal, a situação de trabalho análogo à escravidão foi detectada por meio do serviço de inteligência do MPT. Após o resgate da vítima, ela foi acolhida por meio de uma entidade do Governo do Estado no Crato e, posteriormente, foi buscada por familiares.

Atualmente, a mulher recebe o seguro-desemprego especial, destinado a pessoas resgatadas de trabalho escravo. A família empregadora foi notificada a pagar os direitos trabalhistas acumulados ao longo das décadas, mas alegou não ter condições financeiras.

Luís Freitas afirmou que o MPT deve ingressar com ação judicial para cobrança, e os responsáveis também responderão criminalmente.

“Foi cobrado dela, foi notificado para que ela pagasse os direitos trabalhistas dessa pessoa. Não houve o pagamento, consequentemente vai haver uma ação na justiça”, disse.

As denúncias sobre casos de trabalho análogo à escravidão podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê, além do Disque 100.

 

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