Acusado de matar eleitor de Lula em bar de Cascavel é condenado a 12 anos

Acusado de matar eleitor de Lula em bar de Cascavel é condenado a 12 anos

Em 2022, Edmilson Freire da Silva desferiu três facadas em Antônio Carlos Silva de Lima após chegar ao estabelecimento e perguntar em voz alta: "Quem é Lula aqui?"

Edmilson Freire da Silva, de 62 anos, foi condenado a 12 anos e 6 meses de prisão em sessão do Tribunal do Júri realizada nessa segunda-feira, 23, em Cascavel, município da Região Metropolitana de Fortaleza. Ele era acusado de matar Antônio Carlos Silva de Lima, de 39 anos, no dia 24 de setembro de 2022, em um bar na localidade de Guanacés, em Cascavel.

O crime teria ocorrido por motivação política. De acordo com testemunhas, Edmilson chegou ao bar onde a vítima estava e perguntou em voz alta: “Quem é Lula aqui?” — o primeiro turno das eleições presidenciais daquele ano ocorreria em 2 de outubro.

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Iniciou-se, então, uma discussão entre os dois e eles entraram em vias de fato. Em determinado momento, Edmilson sacou uma faca e atingiu a vítima três vezes. O acusado alegou ter agido em legítima defesa.

A defesa, feita pela Defensoria Pública, pugnou durante o Júri Popular pela desclassificação do crime de homicídio qualificado para homicídio simples e, subsidiariamente, para lesão corporal.

Os jurados, no entanto, decidiram pela culpabilidade de Edmilson, que foi sentenciado pelo crime de homicídio qualificado por motivo torpe.

"O caso que se está a tratar nesta data, lamentavelmente, é mais um que se soma à triste estatística de violência, ódio e intolerância frutos de acirramentos político-partidários que contaminaram a sociedade brasileira nos últimos anos", escreveu na sentença o juiz Vinícius Rangel Gomes.

“Com efeito, o motivo que levou o réu a ceifar a vida da vítima revela-se não apenas torpe, mas profundamente inquietante: intolerância à orientação política da vítima.Não se trata aqui de mera divergência de ideias, o que é próprio da democracia; trata-se do repúdio violento e mortal à existência do outro enquanto sujeito de opinião e expressão”.

Edmilson, que está preso desde 26 de setembro de 2022, não terá direito a recorrer em liberdade. Antônio Carlos deixou um filho que tinha até então dez anos, circunstância levada em consideração pelo magistrado na dosimetria da pena.

“Desse modo, tem-se por evidente as consequências negativas do crime praticado,notadamente diante do fato que a vítima deixou filho menor, o qual ficou órfão de pai, o que evidencia um impacto profundo na vida de qualquer pessoa, seja na infância ou na idade adulta”, escreveu Vinícius Rangel Gomes.

 

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