Chacina de Aracoiaba: Justiça decide que 13 acusados irão a Júri Popular
Crime registrado em fevereiro de 2024 vitimou secretário municipal e outras três pessoas. Dois denunciados foram impronunciados por falta de provas.
O Juízo da Vara Única da Comarca de Aracoiaba decidiu, nesta terça-feira, 16, que 13 réus acusados de envolvimento na chacina registrada no município cearense serão submetidos ao Tribunal do Júri. O crime aconteceu em fevereiro de 2024 e resultou na morte de quatro pessoas, incluindo um secretário municipal.
Na decisão de pronúncia, o magistrado considerou que a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) contém elementos suficientes de autoria e materialidade para que os acusados sejam julgados pela sociedade.
Os réus pronunciados são: Antônio Carlos Vinícius da Silva Passos, Pedro Gabriel Ferreira Píneo, José Alisson Freitas Ferreira, Lucas Sousa Santos, Francisco Lucas Silva Sousa, José Jarles de Freitas Ferreira, Francisco Ramon dos Santos Camurça, Messias Jerônimo de Oliveira, Reginaldo Santana Fernandes, Geislandesson Inácio da Silva Pinto, João Paulo dos Santos Evangelista, Antônio Cleiton da Silva e Antônio Carlos Martins.
Outras duas pessoas, que também haviam sido denunciadas, foram impronunciadas. O juízo entendeu que não há provas suficientes que justifiquem a submissão de ambos ao julgamento popular. Com isso, o processo contra eles fica suspenso e pode ser reaberto caso surjam novas evidências.
As defesas dos acusados ainda podem recorrer da decisão de pronúncia em instâncias superiores. Caso a sentença seja mantida, a Justiça agendará a data para o julgamento no Tribunal do Júri.
Quatro pessoas foram mortas na chacina
A chacina ocorreu na noite de 17 de fevereiro de 2024, em um sítio na localidade de Arraial de Santa Isabel, zona rural de Aracoiaba, a cerca de 80 quilômetros de Fortaleza.
Segundo a Polícia Civil, homens armados invadiram uma confraternização na propriedade e atiraram contra as vítimas. A motivação do crime estaria ligada a disputas entre facções criminosas na região do Maciço de Baturité, embora as vítimas não fossem os alvos diretos dessa guerra de facções.
As vítimas mortas foram Kennedy Guedes da Silva, de 36 anos, secretário de Obras Públicas e Mobilidade Urbana de Aracoiaba, Antônio Péricles Monteiro, 48 anos, empresário e proprietário do sítio, João Pedro Ricardo, de 24 anos, sobrinho de Péricles e farmacêutico e Mateus da Silva Bezerra, 25 anos, genro do vice-prefeito do município.
O episódio gerou repercussão e motivou operações de reforço policial na região, o que resultou na prisão dos suspeitos, que devem ser julgados.