"Nem da Gerusa", um dos criminosos mais procurados do Ceará, foge de prisão na Bolívia

Criminoso integra a lista dos mais procurados do Ceará e foi preso há um mês pela Draco, na Bolívia, onde estava detido. Ele é era responsável pela operação financeira e logística do CV

11:05 | Dez. 17, 2025

Por: Mirla Nobre
Nem da Gerusa foi preso pela Polícia Civil do Ceará nessa quinta-feira, 13, na Bolívia (foto: Divulgação/PC-CE)

Jangledson de Oliveira, conhecido como “Nem da Gerusa”, fugiu na madrugada desta quarta-feira, 17, da prisão de Chonchocoro, em La Paz, na Bolívia. A fuga aconteceu após um mês da captura do criminoso pela Polícia Civil do Ceará em território boliviano. 

A informação foi confirmada ao O POVO por meio de fonte da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS).

O criminoso é um dos mais procurados do Ceará e, antes da fuga, foi preso na cidade de Guayaramerín, na Bolívia, uma localização estratégica que faz fronteira direta com o município de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia.

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Após a prisão dele, uma tratativa para recambiamento do suspeito ao Ceará estava sendo realizada entre as autoridades bolivianas e brasileiras, mas não havia sido concretizada. O suspeito é integrante do Comando Vermelho (CV) e atuava, recentemente, como operador financeiro.

O criminoso foi capturado por meio de uma operação da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da PC-CE. Imagens de um drone flagraram o suspeito tentando fugir da prisão.

Ao perceber a presença dos policiais, o criminoso subiu em um telhado, caiu e tentou novamente fugir por esse meio, mas foi capturado em seguida por policiais da Draco.

A fuga do criminoso foi publicada no portal boliviano Unitel.  Além de Jangledson, outro detento, também brasileiro, identificado como Óscar Junior Terra Días de Floriano, teria fugido da prisão boliviana. Na fuga, os detentos usaram uma escada para escalar os muros da prisão.

O POVO procurou a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) para saber mais informações sobre a fuga do suspeito e por qual motivo ele não foi recambiado ao Ceará. A matéria será atualizada quando o órgão responder.

"Nem da Gerusa" já havia fugido de penitenciária em Natal

Os fugitivos são acusados de diversos crimes no Ceará e têm histórico de fugas em unidades prisionais. "Nem" protagonizou, em 2016, uma fuga cinematográfica do Centro de Detenção Provisória do Potengi, em Natal, Rio Grande do Norte (RN).

Ele e outros detentos fingiram que estavam passando mal e, após os agentes penais chegarem à cela, se depararam com um dos presos armados com uma pistola calibre 380, que atirou contra o policial. Imagens do circuito interno de segurança flagraram a ação.

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Um dos agentes foi baleado no braço e um policial militar levou um tiro, mas foi protegido pelo colete balístico. Na época, a Secretaria de Justiça e Cidadania do RN (Sejuc) informou que os presos saíram utilizando um dos agentes como escudo humano. Um automóvel estava do lado de fora e auxiliou na fuga.

O cearense também é apontado por matar o ex-sogro, um subtenente da reserva do Corpo de Bombeiros Militar, em 2017, no município de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O criminoso possui pelo menos nove mandados de prisões, sendo dez relacionados a homicídios.

Suspeito estava na Rocinha e fugiu após operação no Rio

As investigações da Polícia Civil apontam "Nem da Gerusa" como uma das principais lideranças do CV no Ceará. Atualmente, ele estava como operador financeiro da facção e fugiu para a Bolívia após uma operação policial realizada na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, em maio deste ano.

A ação mirou cearenses líderes da facção na região. O suspeito estava sendo monitorado pelas Forças de Segurança do Estado há pelo menos cinco anos. A investigação revelou que ele chegou a se refugiar na Venezuela, onde passou três anos, e, posteriormente, foi para a comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, onde estava desde maio.

O POVO mostrou que sua área de atuação era focada na Região Metropolitana, especialmente nos municípios de Eusébio e Aquiraz. Nas regiões, ele foi investigado por controlar o tráfico de drogas e armas, além de ordenar execuções de rivais por meio dos “tribunais do crime”.