Operação bloqueia R$ 59 milhões de núcleo financeiro de facção após 16 prisões no Ceará
Investigação identificou atuação de operadores financeiros de grupo criminoso há pelo menos um ano e meio. As capturas aconteceram em Horizonte, Maracanaú e em Fortaleza, além de Goiás
Uma operação policial mirou o núcleo financeiro de uma facção criminosa de origem carioca que atua no Ceará após identificar atuação de operadores financeiros há pelo menos um ano e meio. Dezesseis pessoas, incluindo uma operadora, foram presas nesta quinta-feira, 11, pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE). Com as prisões, R$ 59 foram bloqueados judicialmente dos alvos.
Do total, 12 capturas aconteceram em Horizonte, Maracanaú e Fortaleza. Três foram em unidades prisionais e uma no estado de Goiás. Além disso, foram cumpridos 111 mandados de busca e apreensão em cinco estados, além do Ceará. Nas diligências, drogas, armas e diversos materiais criminosos foram apreendidos.
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Durante a ação, dois flagrantes foram registrados contra alvos que já tinham mandados de prisão expedidos. Um deles envolveu apenas drogas — incluindo cocaína. O outro caso aconteceu em um imóvel localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, onde os agentes encontraram mais entorpecentes e uma máquina de contar dinheiro. Os flagrantes foram em Horizonte e Maracanaú.
De acordo com a diretora do Departamento de Recuperação de Ativos (DRA), da PC-CE, Ivana Marques, a operação é desdobramento de uma outra investigação que apreendeu celulares que revelou a atuação de pelo menos quatro operadores financeiros do grupo criminoso.
Ainda segundo a diretora, as informações extraídas permitiram mapear “hubs financeiros” responsáveis por alimentar o tráfico de drogas e armas no Ceará e em outros estados. “Foram identificados transações e uma vultosa quantia de transferências que alimentam o tráfico de drogas e de armas”, disse.
Entre os alvos de mandados de prisão, está uma das operadoras do núcleo financeiro. Na casa dela foram encontradas drogas e armas, o que confirmou sua participação tanto no suporte financeiro quanto no tráfico.
O coordenador do Laboratório de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro da PC-CE, Rudson Rocha explicou que, a partir da identificação do núcleo dos operadores financeiros da facção, os policiais conseguiram mapear diferentes “camadas” do esquema e qual era o caminho do dinheiro.
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“A gente foi fazendo o rastreio do fluxo financeiro [...] identificando agrupamentos, os clusters, a gente vê como esses clusters se comunicam de alguma forma. Então aquele cluster antigo da operação anterior, do começo do ano, se comunica com esse de hoje. A partir de um alvo a gente conseguiu evoluir a esses com mais de 100 alvos”, comenta.
Para o delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutierrez, o foco foi sufocar financeiramente o grupo criminoso. “Não se trata apenas de tirar criminosos violentos de circulação, mas também de confiscar e bloquear patrimônio oriundo do tráfico e de outros crimes. A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 59 milhões, valor que reflete o alcance desse esquema”, disse. (Colaborou Lara Vieira)