Ceará lança o Centro de Inteligência Estratégica para Gestão Estadual do SUS
Solenidade integra o 6º Encontro Nacional da Rede Cieges, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde
O Centro de Inteligência Estratégica para Gestão Estadual do SUS do Ceará (Cieges-CE) foi lançado nesta quinta-feira, 11, durante o Fórum de Saúde Digital, promovido pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O evento foi realizado na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), em Fortaleza.
A plataforma foi desenvolvida e disponibilizada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), com o objetivo de facilitar o acesso a dados, convertendo-os em informações estratégicas para a gestão da saúde pública.
Gerente do Cieges do Conass, Sandro Haruyuki Terabe relembra que o centro de coleta e organização de dados foi idealizado durante a pandemia da Covid-19. À época, intensificou-se a percepção da necessidade de transformar dados existentes em informação e conhecimento para a tomada de decisões rápidas.
“O centro de inteligência seria esse núcleo onde a gente teria a capacidade de pegar todos os dados que perpassam não só do SUS, mas fora do SUS, para criar novas informações em sites, para o gestor ter mais segurança na tomada de decisão. O que a gente está fomentando? A criação desses núcleos estaduais, dos centros estaduais, e a criação de uma rede para que respostas, análises que um determinado estado faça possa servir de exemplo para outro estado não ter que iniciar tudo do zero”, explica.
O lançamento dessa ferramenta permite a organização de informações complexas do sistema de saúde e de setores correlatos. O pesquisador destaca a utilização do uso de tecnologias de georreferenciamento, permitindo que a análise de dados chegue ao nível da localidade, e não apenas do município.
“A gente tem uma plataforma de dengue, que consegue fazer uma análise por setor censitário dos dados já disponíveis (...) Então, pro gestor, tanto estadual, federal ou municipal, é importante, porque ele já é mais efetivo, porque ele já sabe onde que ele precisa fazer o trabalho; e não fazer um trabalho conjunto, com todos os setores do município”, detalha.
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Secretária da Saúde do Ceará (Sesa), Tânia Mara destaca que o Ceará é o 16º estado brasileiro a receber o lançamento do Cieges. Para a titular da pasta, o lançamento do centro representa uma mudança na administração da saúde no Estado, que passa de um modelo burocrático para um estratégico e baseado em dados.
Na prática, conforme afirma a gestora, a ferramenta é uma das tecnologias que vêm sendo utilizadas na Secretaria de Saúde, com o intuito de ampliar o acesso da população e reduzir o tempo de espera de atendimentos.
“Hoje a gente tem um painel de acompanhamento em tempo real das cirurgias eletivas. É baseado nesse painel que a gente sabe qual é o município que tá operando, qual é o hospital que tá operando, aonde a gente tem que ir mais em cima, mudar um prestador que não tá operando. Então isso é muito importante e isso agiliza para o paciente”, ressalta.
Transformações digitais no SUS
Durante o evento, foi realizada a solenidade de lançamento do livro “Conass – Transformação Digital no SUS”. Secretário executivo do Conass e um dos organizadores da obra, Jurandi Frutuoso salientou que o Brasil vive um momento de profundas transformações na saúde pública, destacando o setor de informação.
“Não dá para pensar gestão moderna sem trabalhar eficientemente os dados que você tem. E esses dados provêm, são captados, no sistema de saúde. Eles têm que ser trabalhados, para que esses dados virem, na verdade, uma informação concreta e com essa informação, de maneira organizada, você possa tomar decisões estratégicas baseadas nessa informação que deve ser real, precisa e a tempo”, avalia.
De acordo com Frutuoso, a expectativa é de que o Centro Estratégico seja implantado nos 27 estados brasileiros. Ele ressalta ainda que o livro tem como objetivo modificar e simplificar a linguagem da saúde digital.
Sandra Monteiro, titular da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), enfatiza que as transformações digitais representam um processo colaborativo, fundamental para a gestão em saúde pública.
“Com essa perspectiva, a gente vai ter, primeiro: unicidade de informações sendo trocada trocadas entre os centros de todos os estados. Essa eu acho que é a grande captação mesmo, de valoração”, pontua.
Conforme Monteiro, os avanços tecnológicos no Ceará possibilitam a formação cada vez mais qualificada de profissionais. “Não adianta ter infraestrutura, se você não tem pessoal capacitado. E aí o Ceará está avançando nessa construção, que é de entrega de pessoal qualificado”, descreve.
E acrescenta outro terceiro avanço: “Todo o restante do ecossistema, desde políticas que estimulam startups para a área de saúde, até, por exemplo, prototipagens (...) Transição digital é isso, é você trazer do que é papel, do que é processo, porque processo é inovação, e trazer isso de uma maneira que todos tenham acesso”.
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