Professor cria atividades lúdicas para alfabetizar crianças no CE

Professor cria atividades lúdicas para alfabetizar crianças na zona rural de Paraipaba

Formado em pedagogia, Israel Araújo aposta na ludicidade para despertar o interesse dos alunos pelo mundo da leitura e da escrita
Atualizado às Autor Carlos Daniel Tipo Notícia

Aos 29 anos, Israel Araújo tem transformado a rotina de alunos do 2º ano do Ensino Fundamental na zona rural de Paraipaba, município com 89 km de distância de Fortaleza.

Com atuação na Escola Francisco Cipriano Moreira, na comunidade do Camburão, o professor aposta em jogos, atividades lúdicas e materiais próprios para despertar o interesse das crianças pelo mundo da leitura.

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Formado em pedagogia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) em 2019, Israel começou ensinando turmas do 5º ano, mas logo recebeu o convite para assumir a alfabetização.

No começo, a mudança trouxe insegurança, porém, com o tempo, o desafio se transformou em sua maior paixão.

“No começo eu não sabia se estava preparado, tinha medo, pois é uma responsabilidade muito grande, mas com o tempo me encontrei como alfabetizador. Hoje não me vejo em outra área”, afirma.

O trabalho na alfabetização

Em sala de aula, o professor ensina crianças de sete a oito anos de idade, e com eles desenvolve atividades lúdicas que tornam o processo de aprendizagem mais atrativo.

Ele destaca que o lúdico é uma necessidade na infância e que "as crianças aprendem melhor, brincando”.

Israel entende que estudar pode ser uma atividade cansativa. Por isso, procura fazer do ambiente escolar um lugar agradável que desperte o interesse e a curiosidade dos alunos.

Sua maior motivação vem de um desejo da infância: “Eu tento ser para eles o professor que, na infância, eu gostaria de ter tido”, afirma.

Método fônico como estratégia de alfabetização

Um dos pilares do seu trabalho é o uso do método fônico, abordagem que ensina a relação entre letras e sons. Em vez de memorizar palavras inteiras, os alunos aprendem a identificar os sons de cada letra e, a partir deles, formar sílabas e palavras.

“Por exemplo, na palavra ‘mala’, eu ensino o som do M, do A, do L e do A. Depois juntamos tudo até formar a palavra”, explica.

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Para apoiar esse processo, Israel utiliza recursos como o alfabeto das onomatopeias, que associa cada letra a um som familiar às crianças, facilitando a memorização.

Essa estratégia ajuda especialmente nos primeiros contatos com a leitura e escrita, quando a criança ainda precisa construir a consciência fonológica.

Jogos que viram aprendizado

Os jogos e materiais pedagógicos criados por Israel são um diferencial em sala de aula. Tudo é desenvolvido de acordo com as necessidades da turma.

Entre eles estão o “Varal das Frases” e o “Pintando a Intrusa”. No caderno “Tirinhas que viram histórias”, por exemplo, tem 20 propostas de produção textual a partir de quadrinhos.

As crianças observam os desenhos e, a partir deles, criam suas próprias histórias, exercitando a escrita e a criatividade. 

“Essas atividades, por mais que pareçam brincadeiras, ajudam a criança a refletir sobre a leitura e a escrita. Nessa fase da infância, eles precisam de atividades mais lúdicas para que consigam aprender da melhor forma”, explica Israel.

Parte do material é produzido é compartilhada pelo professor em seu perfil no Instagram, para que outros educadores possam conhecer e adaptar as ideias em suas próprias turmas.

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O momento da virada

Apesar dos desafios da profissão, Israel destaca o valor de presenciar os primeiros avanços das crianças. 

“Ver uma criança lendo pela primeira vez é incrível, principalmente aquelas que tem algum tipo de dificuldade. Essa é uma das maiores realizações na vida de um professor, pois ali você está vendo a concretização do seu trabalho. Esse é um sentimento que eu espero não deixar de sentir", afirma emocionado.

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