Fumaça no Ceará pode ter surgido de queimadas na África, Amazônia e Cerrado
Do céu relativamente mais limpo dessa quarta-feira, 3, o tempo do Estado amanheceu com fumaça nesta quinta-feira, 4; entenda
Fumaça foi vista no céu do Ceará, incluindo em Fortaleza, na manhã desta quinta-feira, 4. A paisagem mais opaca e acinzentada pode ter surgido de queimadas que acontecem nos biomas Cerrado e Amazônia, provocadas pela ação humana, e no continente África, que migram de acordo com o vento.
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A informação é da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Segundo Lucas Fumagalli, meteorologista da Funceme, entre o fim de agosto e o início de setembro, costuma-se observar um aumento das queimadas, principalmente para o uso e preparo do solo, uma vez que o nono mês do ano marca o fim do período seco em regiões agrícolas do Centro-Oeste e Norte do Brasil.
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Mesmo assim, "não há uma data exata do início e fim da ocorrência de fumaça", garante Fumagalli. De acordo com a Funceme, o que pode influenciar para a permanência são as fontes de emissão (onde a queimada ocorre) — como a intensidade e a persistência — e a circulação dos ventos.
A concentração de fumaça foi observada em toda a costa norte da Região Nordeste, assim como em todas as macrorregiões do Estado, com predominância do centro para o norte.
"A presença está associada a uma concentração de material oriundo da África, que se deslocou pela ação dos ventos alísios sobre o Oceano Atlântico, e chegou à costa norte da região Nordeste do Brasil", explica sobre o fenômeno desta quinta.
No entanto, a Fundação informa que também se observou nos últimos dias um aumento da concentração de fumaça sobre a América do Sul, devido a maior atividade de queimadas no País e nações vizinhas.
Além do visível pelo olho humano, os satélites meteorológicos apresentam canais de imagem no comprimento de onda do infravermelho, que mede a temperatura, e do vapor d'água, que mensura a concentração do vapor d'água na atmosfera.
Quando presente, sobretudo nos inícios das manhãs e nos fins de tardes, a tonalidade cinza, sem nuvens, tem potencial para anteceder um nascer e pôr do sol com cores amareladas e alaranjadas.
"Não se pode descartar que possa haver interação entre a fumaça e as precipitações", afirma Funceme
"Não se pode descartar que possa haver interação entre a fumaça e as precipitações, uma vez que este material pode atuar como núcleos de condensação, isto é, atuar como um elemento físico em que o vapor d'água possa se concentrar em torno, crescer e virar uma gota", revela o meteorologista.
Todavia, o apontamento varia entre os casos, necessitando de estudos aprofundados.
Conforme o Órgão, a presença de fumaça na atmosfera não é benéfica para a saúde, principalmente se a contração estiver em baixos níveis da troposfera A troposfera é a camada mais superficial da atmosfera, e se estende da superfície até cerca de 10 a 15 km de altura, sendo mais espessa em locais quentes. , ou em superfície.
Segundo a análise preliminar, uma pequena parte do material particulado gerado pelas queimadas pode ter ingressado em camadas média e alta. A presença de fumaça pode atenuar a incidência de radiação solar, e portanto, pode haver pequenas variações de temperatura e umidade.