Ceará tem chuvas expressivas na pré-estação mesmo com atuação do El Niño

Outros fenômenos também influenciam as chuvas do Estado no período de janeiro. Funceme deve divulgar previsão para quadra chuvosa ainda em janeiro

O segundo mês da pré-estação chuvosa do Ceará começou com chuvas expressivas em várias cidades. No dia 1º de janeiro, pelo menos 12 municípios tiveram mais de 100 milímetros de chuva, causando danos a residências e vias públicas em algumas localidades. Mesmo com o El Niño, que deve afetar negativamente o volume de precipitações no Estado, os meses anteriores ao período chuvoso estão recebendo as chuvas esperadas.

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Em dezembro de 2023, primeiro mês da pré-estação, três regiões tiveram chuvas acima da média esperada: Jaguaribana (42.1 mm), Litoral Norte (32,5 mm) e Maciço de Baturité (39,8 mm). Outras três regiões ficaram dentro da média de precipitações e apenas o Cariri teve chuvas abaixo do esperado para o período.

O meteorologista Frank Baima, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), explica que o fenômeno — relacionado ao aquecimento das águas do Oceano Pacífico — já está consolidado e deve diminuir as possibilidades de uma quadra chuvosa mais farta. No entanto, isso não significa que o Ceará não terá chuvas.

“Não é porque a gente tá numa condição de El Niño que não vai chover. Agora, se vai ser abaixo ou dentro da média, já é outra coisa. Essa noção a gente só vai ter no fim dos meses da quadra”, diz. O período dura de fevereiro a maio.

Baima esclarece que há outros fatores que interferem nas chuvas do Estado. As chuvas de dezembro e janeiro, por exemplo, são influenciadas pelo Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN).

O sistema de ventos costuma se aproximar do continente, principalmente na região Nordeste, durante o período do verão brasileiro. O VCAN continuará influenciando chuvas nesta quarta-feira, 3, apesar de menos intensas que as precipitações dos dois primeiros dias do ano.

A divulgação da previsão para os meses de quadra chuvosa será feita neste mês, segundo Baima. Além do El Niño, o comportamento do oceano Atlântico será levado em conta na análise. “Se o Atlântico colaborar, deve favorecer a descida da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que é o nosso principal indutor de chuvas no Ceará no período de fevereiro a maio. Temos dois condicionantes para analisar”, explica.

Cariri recebe maior quantidade de chuvas

No dia 1º de janeiro, moradores de Missão Velha, na região do Cariri, foram surpreendidos por uma chuva torrencial que atingiu a marca de 170 milímetros (mm). De acordo com o secretário de Meio Ambiente do município, Antônio Wilson, algumas ruas ficaram alagadas, prédios públicos apresentaram goteiras, sendo necessário interditar uma unidade básica de saúde.

“170 mm não é normal daqui da nossa região. A gente está trabalhando, tentando averiguar como está o município de modo geral”, disse o secretário em entrevista à rádio CBN Cariri. Antônio diz desconhecer danos à zona rural da cidade e às estradas da região, apesar de relatar alagamentos em algumas vias.

Além de Missão Velha, Milagres, Mauriti, Cedro e Aurora receberam mais de 100 mm de chuva no primeiro dia do ano. As cidades da região do Cariri foram as que registraram maiores volumes de precipitação. Nesta terça-feira, 2, Barro, também parte da macrorregião, foi o município com maior chuva do Estado, com 87 mm.

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