Metanol em bebidas: o que se sabe sobre casos em SP

Metanol em bebidas: o que se sabe sobre casos em SP

Intoxicações por bebidas adulteradas deixam mortos e internados no estado; alerta para riscos do metanol e sintomas que exigem socorro imediato
Atualizado às Autor Izabele Vasconcelos Tipo Notícia

Duas pessoas morreram e outras oito foram hospitalizadas após ingerirem bebidas alcoólicas adulteradas com metanol em diferentes cidades de São Paulo.

Segundo o Centro de Vigilância Sanitária (CVS), desde junho já foram confirmados seis casos de intoxicação, com duas mortes, além de dez ocorrências sob investigação.

As vítimas consumiram bebidas como gin, whisky e vodka adquiridas em conveniências, bares e mercados informais, segundo informações da Agência Brasil.

Diferente de episódios anteriores, em que a substância era ingerida pela população em situação de rua em postos de gasolina, desta vez os casos ocorreram em contextos sociais comuns, como festas e bares.

O que é o metanol e por que é perigoso?

O metanol (CH₃OH) é um álcool simples, incolor, inflamável e altamente tóxico. Produzido principalmente a partir do gás natural, já foi chamado de “álcool da madeira”.

Não é destinado ao consumo humano e, em pequenas quantidades, pode causar intoxicação grave, lesões neurológicas e até a morte.

Entre 12 e 24 horas após a ingestão, os sintomas podem incluir dor abdominal, náusea, vômito, cefaleia, confusão mental e visão turva — que pode evoluir para cegueira irreversível.

Como identificar bebida adulterada com metanol?

É difícil reconhecer a adulteração apenas pelo sabor ou pelo cheiro.

No entanto, sinais de alerta incluem preços muito abaixo do mercado, erros grosseiros nos rótulos, lacres danificados e odor semelhante a solventes.

As autoridades orientam que os consumidores adquiram apenas bebidas de fabricantes legalizados, com rótulo, selo fiscal e lacre de segurança.

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Diferença entre etanol e metanol

O etanol é o álcool usado em bebidas como cerveja, vinho e cachaça, produzido pela fermentação de açúcares.

Já o metanol não pode ser ingerido: sua utilização está restrita a aplicações industriais, como solventes, combustíveis e insumos químicos.

Enquanto o etanol em pequenas doses pode causar apenas embriaguez, o metanol pode levar a intoxicações graves mesmo em baixas concentrações.

Risco de cegueira e complicações graves

A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia alerta que a ingestão de metanol pode provocar neuropatia óptica, levando à cegueira irreversível.

O tratamento deve ser imediato e pode envolver uso de antídotos como etanol venoso, correção da acidez no sangue com bicarbonato, vitaminas (ácido fólico/folínico) e, em casos graves, hemodiálise.

Metanol em bebidas: o que as autoridades estão fazendo

O Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu recomendação urgente para bares, restaurantes, hotéis, distribuidores, e-commerces e aplicativos de entrega reforçarem a verificação de produtos, interromperem vendas suspeitas e preservarem amostras para perícia.

A comercialização de bebidas adulteradas é crime previsto no artigo 272 do Código Penal, com pena de reclusão e multa.

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