Fentanil: droga mais mortal dos EUA é apreendida no Brasil pela 1ª vez
A substância, reconhecida como a maior causadora de mortes relacionadas ao uso de drogas nos Estados Unidos, foi apreendida com traficantes no Espírito Santo
O fentanil é a droga que mais mata nos Estados Unidos. Em 2021, mais de cem mil pessoas morreram de overdose de drogas no país, e hoje, o aumento vertiginoso dos números é visto como consequência do uso do fentanil, um analgésico e anestésico cirúrgico que funciona como um "amplificador" das drogas.
Pela primeira vez, a substância foi apreendida no Brasil. Na última semana, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) informou que havia feito a apreensão do fentanil no estado, o que chamou a atenção de autoridades americanas de combate ao uso de drogas.
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Dois agentes da Drug Enforcement Administration (DEA), a agência americana de controle das drogas, foram até o Espírito Santo falar com os agentes brasileiros sobre os riscos da detecção de fentanil no país. As informações e as entrevistas foram coletadas e apresentadas pelo Fantástico, exibido no domingo, 19.
Fentanil: droga é apreendida pela primeira vez no Brasil; autoridades americanas se pronunciam
De acordo com as investigações feitas pela PCES, a droga não foi produzida pelo traficante, mas sim fornecida a ele e produzida em Minas Gerais. O fentanil teria como destino um hospital do Espírito Santo; as circunstâncias da extraviação do anestésico são investigadas pela polícia.
A principal hipótese dos agentes é de que o fentanil esteja sendo usado da mesma forma que é empregado nos Estados Unidos: misturado a outras drogas, para potencializar o efeito.
O problema é que o fentanil é muito mais potente que outros entorpecentes: comparado a outros opióides, é 50 vezes mais forte que a heroína e 100 vezes mais forte que a morfina.
Misturado com drogas como a cocaína, o fentanil aumenta exponencialmente a chance de morte por overdose. Duas miligramas do anestésico são o suficiente para levar a maioria das pessoas ao óbito.
O delegado à frente do caso, Tarcísio Otoni Perusia, falou sobre a investigação: "A principal linha de investigação indica que o fentanil seria utilizado para misturar em outras drogas, a exemplo da cocaína, mas, também, possivelmente em drogas sintéticas, como LSD e ecstasy".
Sobre a apreensão inédita do fentanil em solo brasileiro, a representante da DEA no Rio de Janeiro expressou a preocupação do governo americano com a notícia.
"Estados Unidos e Brasil têm uma parceira de trabalho para facilitar e trabalhar conjuntamente, para conscientizar sobre a ameaça de fentanil. Atualmente, nos Estados Unidos, fentanil é a maior ameaça para os nossos filhos, nossas famílias e nossa comunidades", completou em entrevista ao g1.