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Marielle Franco recebe homenagens no dia em que faria aniversário; crime segue sem solução

A ex-vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-RJ) foi lembrada por familiares, políticos e demais pessoas que admiram sua luta
23:13 | Jul. 27, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

Marielle Franco recebeu uma série de homenagens no Twitter nesta segunda-feira, 27, dia em que completaria 41 anos de idade se sua vida não houvesse sido interrompida em março de 2018. Vítima de um crime ainda não solucionado, a ex-vereadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL-RJ) foi lembrada por familiares, políticos e demais pessoas que admiram sua luta e que continuam fazendo coro ao questionamento que tomou o Brasil: quem mandou matar Marielle?

A companheira da vereadora à época de sua morte, Monica Benicio, usou sua conta pessoal no Twitter para lembrar que nesta segunda também se completa 866 dias do assassinato de Franco. "Eu nunca imaginei contar os dias além do número 365, véspera de um ano novo no calendário que me foi ensinado. O calendário não importa mais. 866 não é apenas um número, são dias de dor e de ausência", desabafou Benicio. 

A vereadora estava indo encontrar com a companheira na residência em que viviam, no Rio de Janeiro, quando teve seu carro alvejado por balas, na noite do dia 14 de março de 2018. Marielle e Anderson Gomes, seu motorista na ocasião, não sobreviveram à emboscada e faleceram no local, sendo a assessora de Franco a única sobrevivente do ocorrido.

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Veja algumas das homenagens feitas:

Marcelo Freixo:

Além de companheiro de partido, o deputado do Psol era também amigo próximo de Marielle. Em sua conta pessoal, o político salientou o fato de Franco ter sido morta de forma "bárbara" e exigiu justiça pelo assassinato dela. 

Guilherme Boulos:

O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo aproveitou a data para celebrar a "luta contra o racismo, contra a violência e a desigualdade".  Boulos pontuou ainda que os criminosos "não foram e jamais serão capazes de deter o legado" deixado por Marielle.

David Miranda: 

O deputado do Psol lembrou da vereadora como alguém de coragem e força. "Hoje faria 41 anos", lamentou o parlamentar, ressaltando a saudade que Marielle havia deixado e a luta por justiça que sua morte provocou.

Desdobramento do caso

Quase um ano após o crime, a Polícia Federal do Rio de Janeiro prendeu os suspeitos de participarem da execução de Marielle. O policial militar aposentado Ronnie Lessa foi acusado de ter efetuado os disparos e o ex-policial militar Élcio Queiroz, tido como o homem que conduzia o automóvel usado na emboscada.

Em investigações seguintes, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que Domingos Brazão, integrante da elite política carioca, teria encomendado a execução ao grupo de milicianos conhecido como Escritório do Crime. Brazão teria pago meio milhão aos matadores, mas ele negou acusação e não teve envolvimento comprovado.

| LEIA MAIS | Desdobramentos da investigação do Caso Marielle levam a operação contra "escritório do crime"

O líder do grupo foi identificado como sendo o ex-militar Adriano Magalhães da Nóbrega, que após identificação passou a ser foragido da polícia. Em fevereiro deste ano, no entanto, o suspeito foi morto em uma operação policial na Bahia, onde supostamente vivia escondido.

Ligação com família Bolsonaro

O nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) passou a ter envolvimento no caso quando investigações apontaram que Ronnie Lessa, um dos acusados do crime, morava no mesmo condomínio onde o chefe do Executivo Nacional residia. Além disso, o filho mais novo de Bolsonaro teria namorado a filha de Lessa.

Publicada em outubro de 2019, uma reportagem da TV Globo revelou que Élcio Queiroz, o outro suspeito de ter executado o crime, teria ido até o condomínio minutos antes do assassinato para buscar o cúmplice. De acordo com informações dadas à Polícia pelo porteiro do local, uma pessoa apontada como “Jair” é quem teria dado autorização para o criminoso entrar no residencial.

Bolsonaro veio a público negar qualquer envolvimento com o caso Marielle e alegou que estava em Brasília no momento do crime, o que ia de encontro à afirmação do porteiro. Dias seguintes, investigação descartou que permissão teria partido do presidente.

Quem mandou matar?

Apesar dos apontamentos dados durante trabalho de investigação, no dia em que se completa 866 dias da morte de Marielle, o nome do mandante e o motivo do crime seguem como um "mistério" ainda não solucionado.

Presos na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) desde 2018, Ronnie e Élcio respondem por homicídio triplamente qualificado após juiz entender que o crime cometido foi doloso, com intenção de matar. Em março deste ano, foi anunciado que os suspeitos iriam a júri popular.

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