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Desdobramentos da investigação do Caso Marielle levam a operação contra "escritório do crime"

Segundo a investigação, chefes do "escritório do crime", uma milícia formada por assassinos de aluguel na capital fluminense, estariam envolvidos na morte da vereadora
14:15 | Jun. 30, 2020
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Equipes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Rio de Janeiro (Gaeco), do Ministério Público do Rio (MPRJ), deflagaram, na manhã desta terça-feira, 30, a Operação Tânatos. A ação é um desdobramento das investigações que apuram o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Os agentes cumpriram 31 mandados de busca e apreensão e seis de prisão relacionados à investigação sobre o "escritório do crime". Alguns locais são residências de três ex-PMs e de um policial da reserva.

Duas pessoas foram presas, Leonardo Gouvêa da Silva, conhecido como "MAD", na Zona Oeste da Cidade, de acordo com a polícia e o MP, ele é o substituto do ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Adriano Magalhães da Nóbrega, à frente da organização criminosa. Seu irmão Leandro Gouvêa da Silva,"Tonhão", na Zona Norte também foi preso. Os policiais estiveram nos bairros do Leblon e Barra da Tijuca e na favela Jorge Tuco, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

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Segundo a investigação, chefes do "escritório do crime", uma milícia formada por assassinos de aluguel na capital fluminense, estariam envolvidos na morte da vereadora. As informações são da CNN Brasil e do Jornal O Globo.

Ação contou com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Corregedoria-Geral da Polícia Militar (PMRJ) e da Coordenação-Geral de Combate ao Crime Organizado da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública (SEOPI/MJSP).

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As investigações da polícia e do MP apontam que Mad e o grupo como acusados do assassinato do empresário Marcelo Diotti da Mata, no estacionamento de um restaurante no dia 14 de março de 2018. Diotti foi alvejado ao lado de seu carro. No local, foram encontradas 20 cápsulas de calibres 7.62 e 5.56. Marielle e Anderson foram mortos no mesmo dia. Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, quando ia para casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando os criminosos emparelharam com o carro da vítima e atiraram nove vezes.

A morte do empresário teria sido mandada pelo o ex-capitão do Bope, Adriano, ainda à frente da milícia em 2018. O motivo seria a disputa da herança deixado pelo bicheiro Waldomiro Garcia, o Miro, ex-patrono do Salgueiro. Adriano foi denunciado na Operação Intocáveis, em janeiro de 2019, e teve prisão decretado, mas foi morto por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do RJ em 2020, durante uma operação que visava capturá-lo.

Além dos irmãos, os ex-PMs João Luiz da Silva, o Gago, Anderson de Souza Oliveira, o Mugão, e Gurgel. Também há um PM da reserva conhecido como Janjão, com atuação na milícia do Morro do Fubá, em Campinho, na Zona Norte do Rio.

O grupo aparece nas investigações e denúncias como organização com estrutura ordenada e que realiza o planejamento e a execução de homicídios encomendados por pagamento em dinheiro ou outra vantagem. Leonardo Gouvêa seria o chefe e encarregado da negociação, planejamento, operacionalização e coordenação quanto à divisão de tarefas. Já Leandro Gouvêa atuaria como motorista do grupo e monitoramento das vítimas.

O grupo criminoso usaria uso ostensivo de armas de fogo e agressividade, em abordagens com trajes que impedem identificação visual, e executam sem chances de defesa.

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