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Veja o que já se sabe sobre a vacina contra Covid-19 produzida pela Oxford e com testes no Brasil

A expectativa de pesquisadores é ter a eficácia da vacina confirmada entre outubro e novembro, fazendo com que os primeiros lotes da vacina sejam disponibilizados entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021
18:14 | Jun. 28, 2020
Autor Natália Coelho
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Tipo Notícia

O Ministério da Saúde anunciou no último sábado, 27, a parceria com o laboratório britânico AstraZeneca e com a Universidade de Oxford, no Reino Unido, para a produção de 100 milhões de vacinas contra a Covid-19. O investimento é de cerca de R$ 695 milhões na primeira fase.

Já testada em animais, a vacina segue para a fase clínica, em que será aplicada em 50 mil pessoas de diferentes países a fim de testar sua verdadeira eficácia. Elogiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que afirmou ser a “mais avançada” do mundo “em termos de desenvolvimento”, a fórmula será testada no Brasil e na África do Sul, após bons resultados no Reino Unido.

Leia também | "A vacina é para o mundo inteiro, tem de haver colaboração internacional", diz brasileira à frente de testagens de vacina britânica

Os testes clínicos no Brasil vêm sendo conduzidos pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pelo Instituto D'or de Pesquisa e Ensino (Idor) e pelo Grupo Fleury.

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A expectativa de pesquisadores é ter a eficácia da vacina confirmada entre outubro e novembro, fazendo com que os primeiros lotes sejam disponibilizados entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Caso os testes sejam bem sucedidos, a proposta do Ministério da Saúde é usar as 100 milhões de doses para imunizar primeiramente idosos, pessoas com comorbidade profissionais de saúde, professores, indígenas, pessoas em privação de liberdade, adultos e adolescentes em medida socioeducativa, profissionais de segurança pública e motoristas de transporte público.

A vacina é feita com o adenovírus - vírus infeccioso, mas inativado e sem potencial de dano - com um fragmento da proteína do Sars-CoV-2 - vírus do coronavírus. Essa fórmula é injetada no corpo humano, fazendo com que o sistema imunológico produza anticorpos para combater a proteína da Covid-19. O RNA do coronavírus, que potencialmente causaria a doença, não é injetada.

Assim, com a produção os anticorpos contra a doença, caso a pessoa seja infectada, já terá as defesas necessárias para combatê-la. A fórmula já era utilizada na busca por vacinas contra a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) e o Ebola, doenças que também se proliferaram mundialmente nesta década. Baseado nessas fases, estima-se que o tempo de imunização é de um ano.

A ideia é que a vacina custe ao Governo Brasileiro US$ 2,30 (cerca de R$ 12,60) por dose. Em relação aos efeitos colaterais, a previsão é que 10% das pessoas vacinadas possam apresentar febre de leve a moderada por poucos dias.

As informações são de Sue Ann Costa Clemens, diretora do Instituto para a Saúde Global da Universidade de Siena e pesquisadora brasileira especialista em doenças infecciosas e prevenção por vacinas e responsável articuladora responsável por trazer os testes da vacina ao Brasil, e do médico Claudio Ferrari, diretor de comunicação do Instituto D'or de Pesquisa e Ensino (Idor) e do Ministério da Saúde. Ambos deram entrevista ao jornal O GLOBO.

Outras vacinas

A Universidade de Oxford não é a única a buscar uma vacina contra o coronavírus. O laboratório chinês Sinovac anunciou no dia 14 de junho bons resultados para os testes de sua fórmula. Segundo a agência Bloomberg, mais de 90% das pessoas que receberam doses produziram anticorpos contra a Covid-19. O laboratório conta com a parceria do Instituto Butantan, de São Paulo. 

Já a empresa americana Johnson & Johnson anunciou no dia 10 de junho que iria começar uma nova fase de testes da sua vacina contra a Covid-19. O estudo envolve 1.045 adultos saudáveis, a partir dos 18 anos de idade.

No Brasil, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) também está conduzindo um projeto brasileiro para o desenvolvimento de uma vacina sintética para o novo coronavírus.

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