Bola parada, pressão e volume: Fortaleza mostra nova cara em 1ª vitória com Paiva

Bola parada, pressão e volume: Fortaleza mostra nova cara em 1ª vitória com Paiva

Leão marca dois gols a partir de escanteios, volta a mostrar intensidade diante do RB Bragantino e termina partida com 21 finalizações

A semana livre para treinos do Fortaleza pareceu ter sido bem aproveitada pelo recém-chegado Renato Paiva. Na vitória por 3 a 1 sobre o RB Bragantino, nesse sábado, 26, na Arena Castelão, pela 17ª rodada da Série A, o Tricolor mostrou os primeiros indícios do trabalho do treinador português, com êxito nas bolas paradas, intensidade para pressionar e alto número de finalizações.

O Leão abriu o placar logos no primeiros minutos, quando Deyverson aproveitou cobrança de Pochettino e cabeceou firme. Quinze minutos depois, em jogada ensaiada após outro escanteio batido pelo meia argentino, Matheus Pereira achou Kuscevic, que mergulhou e fez o segundo gol. Paiva confirmou que quer usar a bola parada como trunfo e revelou que atrasou a entrada da torcida no treino aberto de sexta-feira, 25, para aprimorar o quesito.

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"Ontem (sexta-feira, 25), foi um momento muito especial para nós, no envolvimento da torcida com o grupo de jogadores e com o clube, chamar a torcida para perto de nós. Começamos a ganhar o jogo ontem, com esta proximidade, esta sinergia que nós criamos. No entanto, a torcida esperou um bocadinho mais lá fora do que devia exatamente porque tivemos a treinar bolas paradas. Não só ontem, estivemos a trabalhar ao longo da semana, as defensivas e as ofensivas. Temos jogadores bons que executam, jogadores bons que chegam, jogadores inteligentes que aparecem, o caso do segundo gol. Portanto, é uma estratégia, uma ferramenta que esta equipe tem que ter. Isso é fruto do trabalho, não aparece por acaso. E, sim, vamos continuar a trabalhá-las", explicou.

Pressão na saída de bola

Mesmo após construir a vantagem parcial contra o Massa Bruta, o Fortaleza continuava pressionando a saída de bola da equipe paulista, mostrando intensidade desde o ataque para tentar retomar a bola. Os visitantes conseguiram diminuir no fim do primeiro tempo, com Pitta, mas Prior garantiu o triunfo tricolor nos primeiros instantes da segunda etapa.

O Leão terminou o embate no Castelão com 24 desarmes, contando com boa atuação dos volantes Lucas Sasha e Matheus Pereira. Deyverson e Marinho também incomodavam os rivais para recuperar a posse, inclusive quando o goleiro Lucão, do RB Bragantino, era acionado com os pés. A estratégia surtiu efeito no gol de Prior e também em outras oportunidades criadas.

"Sei que o Bragantino é uma equipe muito bem trabalhada, muito confiante na saída de bola. Se tu deixas, vai andar ali na roda. Uma das formas que eu desafiei os jogadores para lhes dar confiança, para sair deste momento, é ter coragem, é ir ao risco. 'Desafiem-se, tenham coragem'. Pior não vamos estar. Então, é um desafio para nós todos. E ao desafiar-se, ao ter coragem, é o primeiro passo para acreditarem neles próprios e na nossa ideia. Ainda bem que as coisas estão a funcionar, estão a resultar para eles comprarem a ideia mais rapidamente", celebrou Renato Paiva.

Paiva ponderou que teve apenas sete sessões de treino e dois jogos à frente do time do Pici, mas aprovou os primeiros indícios de evolução, apesar de admitir que houve erros de posicionamento, como no lance que gerou o gol do Bragantino.

"Para colocamos estas ideias, precisamos de tempo. E eu não vou agora, exigir de um jogador... Acabei de chegar, estou com sete treinos, não vou exigir que o jogador já faça tudo aquilo que quero. Tenho que ter essa responsabilidade de exigência... Exigência e consciência. Exigência para pedir, para motivar, mas também consciência de perceber que o jogador quer fazer, mas não conseguiu. Sinto uma vontade enorme de todos. Portanto, alguma calma. Essa é uma das minhas ideias, pressionar alto, em especial a saída de bola do adversário", afirmou o técnico.

Volume ofensivo do Leão

O bom volume ofensivo foi valorizado pelo treinador, que destacou que um maior capricho nas finalizações poderia ter proporcionado um placar mais elástico. De acordo com o Sofascore, foram 21 finalizações do Fortaleza, sendo quatro grandes chances e cinco defesas de Lucão. A presença e as movimentações no campo de ataque agradaram ao comandante português.

"Se o adversário te fecha as entradas, tu tens que encontrar essas portas. E essas portas tu só encontras tendo a bola, mas movimentando a bola e sabendo como e por que movimentá-la. Essa posse de bola de lado é importante até um determinado fim. É isso que nós queremos trabalhar. Isso vai nos gerar essas finalizações. Se a equipe jogar junta, como eu quero, essas finalizações vão acontecer porque vamos criar portas de entrada na defesa adversária e queremos gente na área, porque se tiveres um jogador na área, dificilmente vai ter volume de finalizações; se tiveres dois, dificilmente vai ter volume de finalização. Há um critério de ocupação na área, os jogadores sabem, há um critério dos que equilibram e há um critério dos que criam. Isso é o que nós queremos para a dinâmica da equipe", analisou Paiva.

"Quando chegar na parede, não vais furar a parede, vamos procurar por outro lado. Precisamos melhorar? Precisamos, porque houve momentos que perdemos a bola desnecessariamente por não termos paciência, por irmos por um lado, a parede estava lá e queríamos bater na parede para entrar. Essas são coisas que os jogadores vão adquirir com o tempo. Hoje (sábado, 26) não foi só o ganhar, foi como se ganhou, o processo. A equipe com fome de querer mais, a construir, a perder a bola e pressionar, lutadora, dois, três jogadores quase sempre na pressão da bola. Não é possível fazer por 90 minutos, porque o adversário também joga", ponderou.

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