Análise: reservas do Ceará desperdiçam oportunidade para causar boa impressão

A derrota para o Vitória na última quarta-feira, 8, não causou nenhum dano para o Vovô na temporada, mas foi uma chance desperdiçada pelos reservas do clube, que não aproveitaram a chance para aumentar a competitividade interna no elenco

A derrota para o Vitória não trouxe grandes impactos para o bom momento que o Ceará vive na Copa do Nordeste, afinal a equipe segue como líder do Grupo B e com a classificação muito bem encaminhada, mas serviu como oportunidade para que jogadores com menor minutagem pudessem ter espaço em uma partida completa, contexto importante para que a disputa por posição no elenco mantenha-se sadia.

Na prática, entretanto, o coletivo, assim como individual, não empolgaram. Como conjunto, o time do Vovô foi pragmático, pouco objetivo e lento nas articulações, contexto até natural pela falta de entrosamento da equipe, tendo em vista que pouco atuaram juntos nesta temporada. Em paralelo, o péssimo desempenho particular de atletas que possuem expectativas altas deixaram impressões ruins.

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Começando pelo sistema defensivo, o goleiro Alfredo Aguilar não transmite confiança. Experiente, de 34 anos, o arqueiro paraguaio falhou feio no segundo gol do Vitória e costuma se atrapalhar quando é exigido — em 2023, jogou quatro partidas e sofreu cinco tentos. O lateral-direito Igor, responsável por cometer o pênalti que resultou na abertura do placar para o time baiano, também tem tido dificuldade para se firmar, seja no time titular ou como opção no banco.

Por outro lado, a estreia do jovem zagueiro Jefferson foi um ponto positivo. Com personalidade, o defensor fez uma partida segura dentro do contexto possível e não se escondeu, sendo responsável diversas vezes, por exemplo, pela saída de bola a partir do campo de defesa. Lacerda, Formiga, Caíque e Maranhão tiveram apresentações tímidas.

No setor ofensivo, este que é um dos trunfos do Vovô na atual temporada quando joga com o time titular, a dificuldade de encaixe das características se colocou como um dos principais problemas da equipe alternativa — e isso afeta, sim, o rendimento individual. No 4-3-3, esquema onde a presença de atletas velocistas que são bons no um contra um é fundamental, Chay e Hygor ficam apagados.

Por serem mais construtores, Chay e Hygor atacam pouco a linha de fundo e tendem a centralizar as jogadas, movimento que facilita a marcação adversária na maioria das vezes. Luvannor, como referência na área, pouco consegue contribuir, enquanto Jean Carlos, embora se coloque como a peça mais competitiva para brigar por uma vaga no time titular, também sofre com a dinâmica sem Erick, Janderson e Vitor Gabriel.

Com um time titular sólido e bem encaixado, o desafio de Morínigo agora é entender as opções que possui no banco para, a partir das características individuais de cada atleta, conseguir extrair o máximo. Nitidamente há boas peças entre os suplentes no elenco do Vovô, com potencial técnico e rodagem, mas que atuando juntos não funcionaram até o momento, o que é totalmente normal.

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