Torcedores do Ceará são alvos de racismo após vitória sobre Independiente na Argentina

Torcedores do Independiente repetiram atos racistas, como visto em partidas anteriores pelas competições sul-americanas neste ano

Não adiantou o sistema de som do estádio Libertadores de América repetir várias vezes, antes do início da partida desta quarta-feira, 25/5, que qualquer ato discriminatório era proibido e poderia ser punido com rigor, inclusive com a suspensão do jogo. Após a vitória do Ceará sobre o Independiente-ARG em Avellaneda, alguns poucos torcedores do do time argentino repetiram atos racistas, como visto em partidas anteriores pelas competições sul-americanas neste ano. Fizeram gestos imitando macacos, em direção à torcida brasileira.

Em vídeos registrados na noite desta quarta, quando a maioria dos torcedores do Rojo já havia deixado o estádio após um belo espetáculo em que a torcida organizada cantou do começo ao fim, apoiando seu time dentro dos limites da rivalidade com civilidade, coube a dois torcedores do Independiente recorrer a um tipo de atitude que destoa totalmente dos valores do esporte.

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Um deles imitou com os dois braços os gestos de um animal a se coçar, e apontou para a torcida do Ceará, que, na arquibancada superior atrás de um dos gols, esperava sob frio intenso e muito vento autorização policial para deixar o estádio. Outro "torcedor" do "Rei de Copas" correu pela arquibancada inferior movimentando os braços imitando um macaco. Os dois destoaram por completo de uma noite em que a quase totalidade da torcida vermelha apoiou seu time e aceitou com resignação e civilidade o resultado construído pela equipe cearense com gols no final do primeiro tempo e da segunda etapa, garantindo a classificação à próxima fase da Copa Sul-Americana.

Ao longo da semana, torcedores do Independiente confraternizaram com os do Ceará pelas ruas de Buenos Aires, com simpatia, pedindo para tirar fotos e falando sobre o momento do time. A torcida cearense também chegou e saiu do estádio sem incidentes, de forma pacífica, inclusive com os policiais responsáveis pela organização da chegada e saída chamando atenção pela simpatia ao dialogar com os torcedores.

Problema se ampliou em 2022

Diversos outros casos foram registrados ao longo deste semestre, em competições de futebol na América do Sul, o que vem ampliando o debate sobre medidas de prevenção e de punição mais severa a ocorrências do tipo.

O River Plate anunciou a suspensão por seis meses do direito de comparecer ao estádio para um torcedor que incorreu nesse crime, além de publicar que o "hincha" passaria por um curso especializado. A torcida do Fortaleza fez um mosaico no estádio Castelão, no jogo contra o River, pela Libertadores, dizendo não ao racismo. Torcedores do Ceará também trouxeram para a Argentina adesivos com mensagens contra a discriminação.

De Buenos Aires

Dawlton Moura/Especial para O POVO

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