Como lances decisivos contra o Bahia evidenciam a oscilação de desempenho do Ceará em 2021
No duelo contra Esquadrão, Vovô abriu o placar, mas cedeu o empate para o tricolor baiano. Esportes O POVO detalha situações decisivasO Ceará amarga período de oscilação e queda de produtividade nos resultados na temporada de 2021. O marco negativo teve início com a perda do título na Copa do Nordeste, diante do Bahia. De lá pra cá, o clube ainda acumulou os tropeços na Sul-Americana, Campeonato Cearense e Copa do Brasil. Na tarde de quinta-feira, 17, o Vovô voltou a perder para o Esquadrão, desta vez na quarta rodada da Série A.
A derrota para o tricolor baiano reflete o atual momento da equipe comandada por Guto Ferreira, que se vê pressionado por resultados. Nos revés de virada por 2 a 1, o Alvinegro oscilou entre a melhor versão, quando em um lampejo voltou a executar com maestria a transição ofensiva para abrir o placar, conceito base de Gordiola desde que chegou ao clube do Porangabuçu; e a pior faceta de um time que desliza em ações táticas antes dominadas, como a falha na recomposição no tento do triunfo do adversário de Salvador.
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AssineO Esportes O POVO detalha abaixo as duas situações decisivas da atuação do Ceará contra o Bahia.
O gol de Saulo Mineiro
A jogada do gol de Saulo Mineiro é fruto de uma das principais características da melhor versão do Ceará com Gordiola no comando: a transição ofensiva. Quando bem executada, e o Vovô utilizou bastante na temporada positiva de 2020, a chance de balançar as redes aumenta dentro do padrão de jogo da equipe.
O contra-ataque do Alvinegro funcionou de forma rápida contra o Bahia, num lance que se iniciou no campo defensivo numa roubada de bola de Messias. O zagueiro tocou para Lima que já acionou Jorginho. O meia, responsável pela criação ofensiva do time diante do Esquadrão, lançou Saulo Mineiro que se viu no mano a mano com o zagueiro Luiz Otávio, do Tricolor.
O atacante arrancou, deixou o defensor para trás e abriu o placar. Apesar das oscilações, o Ceará ainda pode ajustar problemas de criação para voltar a executar com maestria a transição ofensiva.
Por enquanto, o time tem deixado a desejar em intensidade e objetividade na linha de frente. Falta regularidade. Na maior parte do tempo no campo ofensivo, o Ceará se mostra previsível nas jogadas de ataque, principalmente, quando há a necessidade de propor o jogo.
A falha defensiva no segundo gol de Gilberto
A defesa do Ceará, que empolgou no início da temporada, tem sofrido para parar os ataques rivais. São 12 gols tomados nos últimos sete jogos. Marcação frouxa, time exposto e espaço livre para ser explorado são pontos negativos das atuações recentes da linha defensiva.
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O segundo gol do Bahia marcado por Gilberto evidencia o momento ruim do sistema defensivo. Vale ressaltar que os erros começam ainda no campo ofensivo, sobrecarregando a defesa.
O Esquadrão inicia a jogada com cobrança de lateral para o zagueiro Luiz Otávio, que recebe a bola para fazer a saída. Com os volantes no campo ofensivo, o Ceará sobe a linha de marcação para pressionar a defesa do rival. Entretanto, deixa o corredor esquerdo completamente aberto - Thaciano e Matheus Bahia já estão livres. Mendoza, que deveria se preocupar com esse setor na recomposição, se concentra na zona da bola.
Depois do desvio de cabeça de Rossi a partir do lançamento do zagueiro Luiz Otávio, Thonny Anderson domina a bola e dá sequência. A rápida transição do Bahia encontra o sistema defensivo do Ceará completamente desprevenido. O corredor esquerdo do ataque baiano está livre para ser explorado. Por ali passaram Thaciano e Matheus Bahia, que ficaram em condição de vantagem contra Gabriel Dias.
Mendoza não faz recomposição e deixou o setor vulnerável. Com apenas Gabriel Dias para marcar dois, Thaciano toca para Matheus Bahia, que cruza para o gol de Gilberto. O centroavante infiltra e recebe entra cinco defensores do Vovô.
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