Condé e Vojvoda fazem duelo tático parelho, mas Ceará sai com vantagem em final
O Alvinegro de Porangabuçu saiu com a vantagem para o jogo da volta após vencer a ida por 1 a 0 com gol de Fernando Sobral
O jogo de ida da grande final do Campeonato Cearense de 2025, que ocorreu na tarde deste sábado, 15, terminou com vantagem alvinegra no placar. Com gol de Fernando Sobral e vitória pelo placar mínimo na Arena Castelão, o técnico Léo Condé conseguiu estruturar bem a defesa do Ceará, mesmo com a ausência de Ramon Menezes, e teve leituras rápidas das dificuldades do time na partida.
A defesa do Fortaleza também foi destaque na primeira etapa. No geral, ambas prevaleceram durante boa parte dos 90 minutos iniciais da final, mas erros cruciais – pênalti de Ávila e expulsão de Pol – foram decisivos negativamente pelo lado tricolor.
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Ambas as propostas ofensivas não funcionaram como o esperado, mas Condé foi mais preciso nas substituições e na percepção do jogo adversário. Não foi atoa que a penalidade decisiva foi sofrida por um nome que saiu do banco de reservas. O duelo tático foi frequente e parelho durante o confronto, mas Léo Condé levou a melhor.
O embate tático
O mano a mano das pranchetas entre Léo Condé e Juan Pablo Vojvoda começou, naturalmente, antes mesmo da bola rolar. Na temporada, ainda que o Fortaleza possua um plantel mais recheado, as dúvidas quanto ao time ideal são maiores que as do ceará, que tem mais certezas.
No papel, ficou claro: o Ceará manteve a base esperada, mesmo com a surpresa de Dieguinho no time titular; William Machado também foi novidade na onzena, mas por conta da lesão de Ramon. O Fortaleza, em relação ao jogo de volta da semifinal ante o Ferroviário, teve sete mudanças no time inicial.
No setor onde pairava a principal dúvida, Vojvoda optou por David Luiz e Gastón Ávila, com Diogo Barbosa no lugar de Pacheco. No meio, substituiu Pol Fernández por Mateus Rossetto, entrando também com Sasha ao invés de Pochettino. No ataque, Breno Lopes e Marinho entraram nas vagas de Moisés e Pikachu
Com a dupla de zaga escolhida funcionando como armadores, o Leão do Pici iniciou sendo propositivo. Tinga descia para formar uma linha de três na armação, mas o meio era pouco criativo. Esbarrando também em uma partida de manual da linha defensiva alvinegra.
Ainda assim, fazia uma marcação alta, principalmente quando o Vovô buscava fazer a saída de bola pelo lado direito com Marllon e Fabiano, e conseguia recuperar a bola, mas sem criar muitas chances claras.
Condé percebeu que Vojvoda havia identificado a fragilidade e passou a sair de forma mais longa, sem forçar passes próximos à área.
O time do Ceará, com o desgaste do meio de semana após ir até às penalidades com o Confiança, jogava de forma inteligente, com blocos baixos na marcação e tentava conectar contra-ataques, com menos êxito que o comum.
Dieguinho até conseguiu dar mobilidade ao meio, principalmente fazendo giros e domínios orientados para abrir o campo. Mas, no geral, o entrave no setor central era de mais transpiração do que inspiração de ambos os lados.
No setor ofensivo, Condé fez uma análise parecida com o que fez no primeiro Clássico-Rei do ano. Deixou como secundária a preferência de lado dos pontas e focou nas características, deixando Fernandinho pelo lado direito, onde Diogo Barbosa tendia dar mais espaço. Diferente da ocasião passada, a dupla escolhida rendeu abaixo do esperado.
Mas foi na modificação de pontas que o jogo mudou de roteiro. Na segunda etapa, quando o Fortaleza povoava bem mais seu ataque e investia nos lançamentos de Ávila, Vojvoda chamou um ponta para cada lado: Moisés e Pikachu. Condé respondeu de imediato com o mesmo movimento: entraram Rômulo e Galeano.
O time do Pici passou a usar as novas peças para tentar atacar pelos lados com triangulações, movimento parecido à reta final do jogo ante o Ferroviário. O de Porangabuçu dobrou as coberturas pelo lado após sofrer dois bons ataques, e percebeu que a defesa adversária passava a carregar a bola com maior lentidão.
Foi por lá que Condé achou o caminho. Das quatro partidas que jogaram, David e Ávila perderam três, ainda que atuassem bem em um dos tempos. O fator físico pesou. Aos 31 minutos, Galeano, que havia saído do banco aproveitou sobra de bola para correr na diagonal e foi derrubado pelo zagueiro argentino. Sobral converteu a penalidade.
Após o tento alvinegro, Vojvoda trocou Sasha por Pochettino para tentar atacar, mas viu Pol ser expulso na sequência e teve que entender a situação da partida, colocando Zé Welison na vaga de Lucero para não piorar a situação. Condé colocou o jovem Guilherme e encaixou mais ataques, mas não conseguiu ampliar.