Idilvan diz que PDT "errou feio" no Ceará e se "autodestruiu" ao escolher RC candidato

Deputado defende que partido faça "reflexões devidas" sobre as escolhas nas eleições de 2022

Os caminhos traçados pelo PDT no primeiro turno das eleições de 2022, especialmente no Ceará, ainda repercutem entre parlamentares da sigla. O deputado federal reeleito Idilvan Alencar (PDT) disse que o partido "errou feio" nas escolhas para a disputa estadual e precisará "fazer as reflexões devidas" sobre os resultados das urnas.

O pedetista foi o quinto parlamentar mais votado para a Câmara no Estado, sendo escolhido por 187.433 eleitores. Na votação que ocorreu no último domingo, 2, ele ficou atrás apenas de André Fernandes (PL), Júnior Mano (PL), Célio Studart (PSD) e Eunício Oliveira (MDB).

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"Ainda é um partido grande aqui no estado do Ceará. No Brasil, sofreu uma redução muito grande", disse o deputado durante entrevista ao programa O POVO no Rádio, da rádio O POVO CBN, na manhã desta quinta-feira, 13. "Tem que realmente fazer análise bem fria, bem criteriosa, para saber o que houve de acerto e erro nesse processo eleitoral, especialmente aqui no Ceará. Na minha avaliação errou feio o PDT", acrescentou.

Durante o processo de formação das chapas para concorrer ao Palácio da Abolição, Idilvan era um dos defensores da candidatura da atual governadora, Izolda Cela (sem partido). A gestora acabou sendo preterida pelo ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) na disputa, em uma votação realizada com membros do diretório estadual da sigla.

Sobre a ocasião, o pedetista disse que, na época, afirmou: "Essa votação não tem vencedor, isso não é inteligente, ninguém vai ganhar". Na avaliação do político, a decisão que culminou com a candidatura de RC foi errada."Naquele momento ali foi um momento onde o partido se autodestruiu", acrescentou.

Idilvan disse que, após o resultado, pessoas "superlotaram" as ruas em torno do comitê da legenda para comemorar o resultado. "Eu pensei: 'Nossa, que coisa inteligente, estão celebrando o quê?' Estão celebrando o parcelamento do partido, ninguém ganhou com isso", contou.

Roberto Cláudio ficou em terceiro lugar na disputa pelo Palácio da Abolição, com 14,14% dos votos válidos. Ele ficou atrás de Capitão Wagner (UB), que obteve 31,72% da preferência do eleitorado, com 1.649.213 votos. O primeiro colocado, Elmano de Freitas (PT), ficou com 2.808.300 sufrágios, o que representa 54,02% dos cearenses que foram às urnas, o suficiente para garantir a vitória ainda no primeiro turno.

Dos 184 municípios do Ceará, o pedetista saiu vencedor em apenas um deles, Pires Ferreira. Em Fortaleza, onde foi gestor durante dois mandatos, RC não superou os dois principais concorrentes em nenhum bairro. "O resultado foi um terceiro lugar, perdendo na Capital, onde o Roberto foi um grande prefeito. A gente reconhece, quem não reconhece?", indagou Idilvan.

Apesar da avaliação negativa sobre os rumos do partido nas eleições deste ano, o político descartou sair da legenda. "Eu sigo a liderança de Cid Ferreira Gomes (PDT). Ele é uma pessoa que tenho muito respeito, me colocou no mundo político", disse.

O senador pedetista é visto como elo para reatar a aliança entre PT e PDT, que racharam após mais de 16 anos juntos na disputa pelo Governo do Ceará. Segundo o ex-governador Camilo Santana (PT), Cid será responsável por atrair, no Ceará, correligionários do partido para a campanha pela eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o Palácio do Planalto com o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).

Ainda durante a entrevista à rádio O POVO CBN, Idilvan desaprovou as atitudes do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), quarto colocado na corrida presidencial deste ano. "Não concordei, deixei muito claro ao longo de todo o processo. Eu não acho que ele se portou como um líder, como um estadista", acrescentou.

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